Novos e retornos

Todo ano novo começa cheio de expectativas, muita energia boa, positiva e a vontade de fazer diferente. Fato: a cada dia fazemos diferente, até porque nada se torna igual, sempre há diferenças, sutilezas. E nisso colocamos aquilo que parece ser o antigo renovado, o retorno.

Mas a vida mostra sempre que não há retornos, até porque o que volta vem diferente. Lembro da Ingrid Betancourt, que em 2008 retornou do cativeiro das FARC para a vida em Paris. Não digo que voltou ao que era a rotina, pois que uma pessoa que vive refém de um grupo por seis anos pode ter tudo em sua mente exceto uma rotina estruturada. O fato é que ela voltou ao convívio familiar, embora muitos desacreditassem que voltaria viva do cativeiro.

O retorno de Ingrid foi efetivamente um novo começo, já que o que havia de quando ela foi capturada pouco ficou. O casamento, a relação com os filhos, tudo foi refeito, para formar um novo conteúdo.

O que acontece conosco difere, claro, do que exponho sobre Ingrid. Não passamos pela mesma privação - mas não desqualifico qualquer tipo de restrição que alguém passe, principalmente quando é psicológica ou emocional (que por vezes é pior que uma mazela física) - mas também refazemos nossas histórias dos mais variados jeitos. Começamos novos projetos, retomamos sonhos postergados, resgatamos novos amigos naqueles que estavam distantes e temos um novo olhar sobre o que amamos e zelamos. Enfim, fazemos tudo novo, refeito, resgatado.

Que esta primeira sexta-feira de 2009 seja inovadora em nossa criação, plantando sementes vindouras de sucesso, de aprendizado e principalmente do que venha a nos fazer felizes desde agora, quando começamos a germinar. E que todos os seus processos frutifiquem desde então.

Comentários

Anônimo disse…
Concordo com o que escreveu. Não há retorno, mas uma nova situação.

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