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Mostrando postagens de setembro, 2011

Casamentos

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Se existe algo que reside na nossa memória antropológica por certo é o casamento. Desde tempos imemoriais o fato de conviver pessoas em casais ou duplas foi firmando como um dos propósitos da vida humana, e com o tempo ganhando novos formatos e expectativas. De certa forma a criança que nasce hoje em pouco menos de dois anos de vida já terá tido informações sobre casamento, relacionamentos, arranjos sociais – seja por observar sua família ou por ter ido a alguma celebração do tipo. Falando em celebração, daí outro aspecto fortíssimo do casamento: o evento. Não importa o tamanho – se festa familiar com churrasco, se baile com artistas pagos a cachê de Hollywood, se na praia ou na capela, branco, vermelho ou preto – sempre se associa casamento a algo festivo, por conta daquela memória das gerações. Mesmo que tenha sido o casamento feito pelos dois sem mais ninguém e com o céu por testemunha, o imaginário romântico por si só já faz a festa. Mas eu falei no título sobre casamentos, no plur

Dora Gerodetti

No domingo de manhã, depois de um café gostoso com um amigo querido, e na espera de começar minha aula achei de olhar os emails. Não tenho hábito disso aos domingos, mas fui ver, só por curiosidade – até porque não iria ter nada importante. Mas tinha: a notícia da morte da amiga Dora. Eu li primeiramente errado, não entendi o que havia ocorrido e fiquei com um misto de surpresa, tristeza, confusão. A Dora, companheira do Rotary Noroeste e amiga de sorriso largo. Sempre sua imagem me vinha dela sorrindo, sorrisão mesmo, dos bonitos, dentes largos, rosto que sorri todinho junto com os lábios, sabe como é? Poucas pessoas conseguem sorrir com olhos, bochechas, rosto todinho. Ela conseguia, ficava linda. Era casada com o Orestes, e faziam um casal divertido. Viajavam bastante e sempre tinham histórias para contar, da América, da Ásia, da África, da Europa e Oceania, recheadas de graça e peculiaridade. Ela me chamava para sentar na mesa com ela na Asfar, a Associação das Famílias de Rotarian

Os pedaços de você

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Quando você surgiu veio só com parte do rosto, porque a foto não mostrou um homem de frente, só de lado. Outro pedaço veio com as palavras, doces e firmes, que incitaram um sim que ficou talvez... por querer saber mais e a curiosidade que pegou um pedaço da minha veia desafiadora. Uma parte do mistério deixou entrever uma conversa gostosa, com pedaços de clips do youtube misturados com pedaços de imagens familiares, passeios e sorrisos – estes já escancarados, como só os sorrisos de infância sabem ser. Pedaços de conversas vinham e iam por celular e outro tanto de partes se solidificavam por telefone. Aliás, foi um pedaço do telefone que fez o inteiro aparecer na minha frente. Os elementos que vinham separados se juntaram numa noite feliz que foi a primeira parte de outras noites muito mais felizes quando nossas duas partes passaram a ficar unidas, deixando de ser pedaços separados e ficando com um inteiro. Este inteiro é a soma dos pedaços que eram até então inteiros, mas que tem part

Meu filhote Fred

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Em que no 11 de setembro de 2011, enquanto assisto aos inúmeros programas relativos aos dez anos da catástrofe das Torres Gêmeas em NY, eu olho para você sentado depois de muita correria, em todos os sentidos. Sei que você está aqui comigo porque uma catástrofe aconteceu na sua vida, você foi parar na rua (ops, numa estrada!) e dali foi para os braços carinhosos do Clube dos Vira Latas que trouxeram você são e salvo para os meus braços (que tem horas que são usados para controlar seu temperamento “temperamental”, não necessariamente nesta ordem...). Você correu muito nesta vida, seja na estrada para se salvar como agora aqui em casa, correndo para se salvar do pente que tenta em vão te pentear... Aliás, acho que se eu pusesse uma cobra do seu lado você ficaria mais tranqüilo do que ver o seu pente na minha mão... Hoje você está lindo, principalmente depois de ontem ter tomado aquele banho que detesta – mas depois eu sei que você adora ouvir os elogios pelo cheirinho gostoso e o pelo li