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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

O Mito do Medo do Dinheiro

“Miséria é miséria em qualquer canto Riquezas são diferentes...” Esta frase, da música Miséria, dos Titãs, serve para começar a discutir um dos medos mais introjetados e ocultos das pessoas no que tange a dinheiro – o medo do dinheiro, de sua fartura e presença. Pode parecer anacrônico e mesmo paradoxal, mas há muita gente que tem verdadeiro pavor da possibilidade de ter dinheiro. E, tendo dinheiro, precisar administrar não só o dinheiro em si, mas também suas relações pessoais neste cenário de riqueza. Ouço ainda hoje pessoas dizendo que “ter muito dinheiro é um problema”. O apoio desta frase está calcado em crenças que misturam dogmas religiosos do tipo “pobres vão para o céu mas os ricos não” até mesmo a falta de tempo para viver rico. Há também as frases “sem dívida o país não cresce”, e “quando tem pouco é que a gente se mexe”. Ambas inspiram a pessoa a realmente ter pouco dinheiro para evitar problemas. E quando se trata da relação social? Nesta hora parece que ser próspero e ric

Quaresma de que?

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Terminamos o período de Carnaval e concluímos no dia de Cinzas, que é atribuído ao fogo final, o que sobrou de todo um processo. E depois dele vem a quaresma, período de quarenta dias entre o Carnaval e a Páscoa. Curioso que este evento vem se perpetuando mesmo com toda a modernidade tecnológica. É tradição, e uma das que ainda é lembrada e aguardada. A origem vem do período pós batismo de Jesus, que se atribui ele ter ido ao deserto e sofrido testes em forma de tentações diversas. Fato é que muitos textos sobre este período mais confundem do que elucidam, mas o curioso é que a analogia deste tempo foi vista como um “momento de repensar”, de analisar o que é bom e o que é ruim, na figura alegórica do Bem e do Mal, da Tentação. No mundo contemporâneo e corporativo, vemos as oscilações como algo normal. Hoje temos uma lucratividade maior, amanhã talvez mude, hoje chove mas ontem foi um dia de muito sol. Até aí é sabido que tudo tem uma dinâmica; entretanto faz diferença manter-se inteiro

Inconsciência

Assistia agora há pouco o programa da Oprah, um dos meus preferidos, e como sempre não me decepcionou. O tema foi o alto volume de acidentes automobilísticos que tem lugar nos Estados Unidos devido a, única e exclusivamente, usar o celular enquanto se dirige. Isso parece tão óbvio, não é? No entanto, como disse David Strayer, pesquisador da Universidade de Utah, entrevistado no programa, isso se tornou comum pelo pressuposto que somos multitarefas, o que é verdadeiro, mas o cérebro não o é. “Cegueira inatencional” é o nome do fenômeno natural do cérebro que faz com que a visão periférica seja perdida enquanto se fala ao celular. É algo completamente inevitável, e conforme o estudo de Utah, independe da vontade do motorista. “Não importa a vontade, o que ocorre é a desatenção deliberada do cérebro, que não consegue dar conta das duas tarefas adequadamente, por mais que a pessoa tenha clareza que não quer causar acidentes”, afirmou Strayer, professor de psicologia da universidade e condu