Miséria é miséria em qualquer canto

Esta frase é da música dos Titãs, que diz:
“Miséria é miséria em qualquer canto,
Riquezas tem diferenças...”

Fato: quem está abaixo da linha de pobreza, ou seja, sem as condições mínimas de sobrevivência não tem tempo para pensar em filosofias ou questões que não sejam o cotidiano e a luta constante para se manter vivo. Entretanto, com as terríveis exceções de lugares na África, onde água é escassa e a guerra abundante, há poucos rincões efetivos de miséria, graças a Deus.

Pobreza e falta de recursos são comuns no mundo, mas hoje num padrão melhor do que foi o início do século passado, com doenças sem controle, medicamentos com pouco alcance e informação esparsa, difícil de ser acessada. Hoje temos mais acessos a recursos que melhoram a vida e facilitam a transição da pobreza para uma melhoria de eventual classe média, a se alcançar com o tempo.

Embora ainda muito se ouça criticando o sistema capitalista, em muito ele tem mudado pelo simples fato de requerer mais e mais consumidores ativos, portanto é preciso distribuir e melhorar a oferta de recursos para que mais gente possa consumir, comprar, gastar e gerar dinheiro. Não é caridade, é uma necessidade do mercado contemporâneo.

Já as riquezas tem nuances curiosas. Há pessoas ricas do ponto de vista numérico, financeiro; há outras ricas como prósperas, pois geram dinheiro suficiente e constante para manter seus sistemas e luxos. Outras são ricas numericamente mas vivem como se não o fossem, no medo do incerto e do futuro. E há quem não seja rico mas viva como se fosse, todas nuances difusas do conceito de riqueza.

A riqueza se espelha muito no valor dado a uma produção feita pela pessoa ou por quem a antecedeu, e abre caminho para sua expansão. Contudo, sozinha não garante perenidade, longevidade; requer inteligência para sua expansão e crescimento. Tem a carga de administração, mas uma carga muito agradável de levar.

Por tudo isso há quem opte por se manter como está, pois na zona de conforto e do conhecido pouco risco há; mas quem ousar cruzar as fronteiras poderá ver, perceber, entender as nuances que distinguem tão bem os processos econômicos do mundo. E com isso notar que miséria é reversível com pouco, e traduz progresso para todos quando revertida, para o bem deles mesmos e dos que detém a riqueza, que dependem de menos miséria e mais riqueza para ser cada vez mais riqueza.

Comentários

Anônimo disse…
Interessante reflexão acerca de pobreza e riqueza. O curioso é que tem uma porção de gente que se acostuma com a pobreza, principalmente de espírito.

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