As Escolhas e a Família Real

Este fim de semana conversava com uma amiga quanto ao fabuloso e perigoso poder das escolhas. Acredito piamente que tudo o que fazemos nada mais é do que a resultante do que escolhemos, conscientemente ou não. E para pôr mais lenha na fogueira, tem a ver com as escolhas que antecederam nossa “encadernação” presente.

Ela está na dúvida sobre os afetos, com quem ficar e se é hora de ficar com alguém (ou um certo alguém). Esta dúvida, no meu entender, só é possível porque ela é livre para escolher quem irá amar, com quem irá partilhar momentos felizes. E isso é algo que implica na responsabilidade pela escolha, pelo risco que isso implica.

Daí me lembrei que a escolha é algo que leva em conta os valores que realmente importam, que realmente interessam. O amor é valor para algumas pessoas, mas não para todas; muitas consideram a segurança, o conhecido e a aversão ao risco muito mais relevantes que o amor, até porque, por séculos, o amor era acreditado ser algo inacessível ao ser humano, digno somente dos deuses e divindades, estas sim capazes de fazer movimentos por amor.

O homem antigo, o ser humano dos séculos passados, e mesmo alguns neste século, acabam escolhendo por convenções, tradições e elementos que passam ao largo da vontade individual. E nesse contexto lembro do amor que uniu (e ainda une) o príncipe Charles da Inglaterra com a atual esposa, Camilla Parker Bowles.

Eles se conheceram na adolescência; ela casou com um integrante da Armada Real porque, pelo que li, ela cansou da dúvida do “amigo”, e foi em busca do que considerava sua felicidade. O príncipe ficou por ali, dividido entre diversas pretendentes até tropeçar naquela que se tornou a princesa Diana. Daí casaram-se, e como diversos jornais mundiais apregoaram, o casamento real continha Charles, Diana e eventualmente Camilla. Como o amor não arrefeceu entre os “amigos”, eis que um dia uma gravação telefônica que se tornou famosa mundialmente apontou que o príncipe da Grã Bretanha preferia ser um tampax para assim estar mais perto de seu amor, Camilla.

Depois o casal real se divorciou, Diana morreu, e muita água passou por baixo da ponte, como se diz no interior do Brasil. Para resumir, o tempo passou, a ferida fechou e os filhos de Charles e Diana conheceram Camilla, Camilla casou-se formalmente com Charles e ambos seguem seu rumo cavalgando nos campos ingleses.

E onde entrou a escolha?

Ele escolheu não se casar com seu amor porque o valor da realeza pesou mais forte; ela escolheu casar-se com alguém que traria menos riscos e um bom tanto de amor naquele momento. Depois ele escolheu casar-se com uma mulher linda, querida e que atendeu ao que era requisitado nele naquela circunstância, mas o amor por quem ele realmente amava pesou, a ponto de ele colocar a reputação e tudo o mais em risco assumindo isso num telefonema. Ele escolheu ser alvo de todo tipo de crítica e chacota seja porque Diana parecia ser perfeita e Camilla perdia pontos por sua beleza, fora dos padrões. No entanto, ele escolheu casar-se com Camilla e assim está.

Em resumo: quem quer, faz. O que é que você tem escolhido fazer?

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