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Mostrando postagens de julho, 2008

Jaya

Em sânscrito, jaya significa vitória, ode, alegria de conquista; é a forma mais comum em mantras de se relacionar ao Criador, a quem é visto como Shiva, o Grande. Jaya é freqüente em diversos mantras – formas entoadas ou pronunciadas com vibração – além de ser sonoramente gostoso de ouvir e falar. E vitória é uma palavra que vai além do vencer. Há vitória naquele que todo dia reforça o “hoje não beberei”, e assim o faz livrando-se de uma dependência que é conquistada dia a dia. Há vitória em amanhecer com paz no coração, mesmo que o externo esteja doente e confuso. Nossos caminhos são feitos de vitórias, e assim poderiam ser constantemente se o foco pessoal estivesse mais voltado para o interno, os valores essenciais que cada um tem bem guardado, às vezes tanto que é difícil achar.... É... Praticar Jaya é mais que vencer barreiras, é o Jaya de toda hora, lugar, dia, e com todos que cercam. É a competência em ação trazendo vibrações que conduzem cada vez mais alto, como num moto contínu

Sakshi

O surfista experiente sabe que todos os dias há ondas novas, e que não se repetem. Não há previsibilidade absoluta; o que ele permanece alerta é manter seu foco no que interessa, as ondas mais altas e formadas; normalmente, sempre dá para surfar um pouco até em ondas baixas – sem grandes emoções e desafios, mas com o movimento, que é altamente agradável. Não importa a condição, mas o surfista está ali, inteiro. Ele não se contamina ou muda seu ser por conta do mar, e nem o mar se molda a ele. Ambos são testemunhas silentes, o que traduz sakshi. Em yoga, sakshi significa também a postura do surfista de se manter experiente e sábio para não se envolver nos quadros da onda, mas sim aproveitar o que dela tiver de melhor. No mundo vemos situações nas quais pessoas realizam coisas por estarem em meio à multidão que jamais fariam se estivessem sozinhas. É a famosa história do torcedor que se deixa embalar nos gritos e na selvageria e parte para o conflito com o time adversário por..... nada.

Inteligência e Beleza

Podia ser “inteligência é beleza” também. Há quem diga que neste mundo de photoshop e produção só inexiste beleza por pobreza... Fato é que hoje não faltam recursos moderníssimos que asseguram beleza, imediata ou a curto e médio prazos. Longo prazo é mais fácil de conseguir, pois implica na construção gradual, mas quem tem paciência? É como fazer ginástica todo dia – os resultados aparecem, sem dúvida, para quem tem perseverança e constância; porém milagre rapidinho é possível via procedimentos modernos, alguns preciosos, outros questionáveis. Mas que fica bonita, fica. O belo por muito tempo foi tachado de ignóbil, irrelevante e desnecessário. Bobagem maior não há; o ser humano precisa de beleza porque nasce em meio a ela. É só olhar pela janela e contemplar o mundo, que por mais poluído que esteja, tem simetria e estilo, tem o belo oculto e por vezes visível. E se o belo está conosco desde o início, nada mais natural querer tê-lo por perto com freqüência. E o belo nem sempre é conse

Comidas...

Em culinária gosto de quase todo tipo de comida, e sem preconceitos. Seja com pimenta, agridoce, mais gordurosa que a média... vale experimentar até pra não ficar passando vontade. Lógico que isso se aplica a coisas certamente não venenosas ou que possam causar mal estar. Por exemplo, não comeria cachorro na Coréia de jeito algum, e rã eu evito, já experimentei e me pareceu quase um frango... portanto, dê-me frango, please! Considero a culinária a mais perfeita expressão de cultura de um povo, de uma família, de pessoas. Sou observadora, e noto que muito de uma personalidade se mostra no que ela escolhe para comer, em como lida com sua cozinha e seus hábitos alimentares. Repare: junte a pessoa com a forma que ela lida com o alimento e terá neste último o espelho dela, acredite. O curioso é que muita gente passa pela vida sem se ater ao que come, ao que produz para comer. OK, tem quem nunca cozinhe, compre tudo pronto ou vá ao restaurante como rotina diária (muita gente se aplica neste

Os medos

No programa Saia Justa, da GNT, transmitido esta semana, vi o tema medo ser tratado de uma forma interessante: sem aquele viés de coisa ruim. As quatro saias – apresentadoras: Márcia Tiburi, Maitê Proença, Beth Lago e Mônica Waldvogel – comentaram sobre o que as causava medo. E teve de tudo: desde o medo do escuro de Tiburi ao medo de água de Waldvogel. Mas o medo mais “legal” discutido foi o de Maitê, que descreveu sinteticamente que deixou de ter medo num belo dia, como numa constatação – “acordei e não tinha mais medo” – e convive com a paranóia de muitos (de certa forma, com razão) quanto ao nível de criminalidade do Rio de Janeiro. Ela disse nunca ter sido assaltada, o que é muito bom. Em meio a tanta gente queixosa de tudo o que cerca, ouvir alguém dizer que está fora do circuito violento faz um bem... E penso que ela talvez tenha achado um filtro de segurança não por ser famosa – no Rio há a maior concentração de gente famosa por conta da Globo, daí nenhuma novidade – mas porqu

Esporte e saúde

Será que faltou o acento para ficar “Esporte é Saúde”? Poderia, mas não foi o caso. O interessante quando se fala em esporte não é só o aspecto físico, os resultados para uma vida saudável, etc, etc... gosto de esporte, embora prefira atividades isoladas, como é a yoga e mesmo a ginástica, a musculação, que mexem com o emocional por serem superação, força e persistência (mas os esportes em grupo trazem isso muito bem também, vale notar). Hoje assisti uma matéria que reforça muitas coisas que tenho lido quanto a neurociência. Dizia o seguinte: quanto mais o indivíduo se movimenta menos dor crônica apresenta. Para o tratamento da dor crônica um dos pilares é evitar o sedentarismo, a imobilidade, substituindo pelo investimento nos movimentos, nas ações que estimulam a circulação, a oxigenação cerebral e a geração de queima calórica. Muito bom, não é? Isso aponta um conhecimento védico, que quanto mais se usa energia, mais energia é gerada; quanto mais se emprega um recurso, mais dele torn

O valor de si mesmo

Já calculou quanto custa a sua hora, o seu trabalho? Muita gente passa pela vida sem pensar em quanto seu tempo custa, e quanto seu trabalho vale. Acabam por viver com as medidas determinadas pelos outros, pelo mercado, pelo externo. O que pagarem, para alguns, está muito bom. Pois este muito bom não traz uma satisfação, mas sim um sentimento de desvalorização, de pouco, pequeno, recurso escasso. Graças a Deus não é tanta gente assim, pois se fosse muitas invenções que hoje fazem parte do cotidiano nunca teriam saído das idéias para a ação. O valor de cada um começa em cada um, o mercado remunera conforme produzimos e somos, e isso é reflexo de como nos vemos e nos apreciamos. Parece estranho? Nem tanto. Ouço todos os dias gente reclamando da vida, das condições econômicas, e ao mesmo tempo leio sobre os inúmeros progressos que o mercado nacional, internacional, vem amealhando a cada dia. Inversamente proporcional aos que reclamam. Serão estes últimos os certos? Nunca houve tanto dinhe

Disciplina...

Quer saber o que faz a diferença para alcançar objetivos? Disciplina, pra tudo nesta vida. Disciplina para ser criativo, para fazer o passo inicial e dar continuidade, para erguer impérios e casas populares. Disciplina implica em persistir, em envolvimento, comprometimento e ação, mão na massa. Hoje cedo tropecei nesta música, clássica do cenário da cultura brasileira e a letra me fez pensar... Ah, os créditos: o nome é Cotidiano, do Marcelinho da Lua. “Todo dia ela faz tudo sempre igual, Me sacode às seis horas da manhã, me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã. Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar, essas coisas que diz toda mulher. Diz que está me esperando pro jantar e me beija com a boca de café. Todo dia eu só penso em poder parar, meio-dia eu só penso em dizer não. Depois penso na vida pra levar e me calo com a boca de feijão. Seis da tarde como era de se esperar, ela pega e me espera no portão. Diz que esta muito louca pra beijar e me beija com a boca de p

Caminhadas e Amigos

Pra começo de conversa, alguém ensinou a você “como fazer amigos e influenciar pessoas?” Provavelmente não, até porque você, assim como eu, aprendeu a fazer amigos, cultivar e agradar da mesma forma que aprendeu a andar: tentou uma vez, caiu, não desistiu. Depois juntou o que deu certo e separou do que não deu certo e foi de novo. Ficou em pé uns segundos, gostou da sensação. Depois notou que precisava fazer um pouquinho de esforço para se manter equilibrado, e assim driblar a força gravitacional – ok, você nem sabia que um dia iria estudar isso... – e foi firmando seus passos cada vez mais. Ainda caiu algumas vezes, mas isso deixou de ser questão e se tornou natural, e daí nem se pensa mais nisso. Pois é, ficou tão natural que não se pensa mais nisso, e as amizades por vezes caem nesta mesma toada, são naturais, como o ar, e não precisam mais do cuidado que nós tínhamos quando começamos a andar. É a nossa naturalidade que traz os amigos, e há um certo ditado que prega “para conhecer a

As Oportunidades

A origem da palavra está em oportuno, aquilo que está na hora certa e no lugar certo, com a pessoa certa. É oportuno, é ideal e bem colocado. A oportunidade é isso, em definição, aquilo certo na hora certa e momento certo. Porém, precisa ser visto para que se torne oportuno. Vejo que muitas pessoas tem tido sucesso nesta dinâmica contemporânea, e em todos os casos mais recentes houve a percepção de uma oportunidade. Não foi sorte, foi o resultado desta conjunção momento-lugar-pessoa azeitada pela vontade da última em obter o sucesso. É como a pescaria bem sucedida. Vejamos: o pescador inexperiente até pega seus bagrinhos, mas é o acaso que os traz. Por vezes a isca é ruim, inadequada aos peixes que ali estão. Já o pescador de longa data sabe reconhecer qual a isca mais atraente, a quantidade a colocar, o ponto mais piscoso, a matreirice do peixe, a hora ideal e assim consegue pescar aquilo que espera ou até mais. Ele “estudou” o ambiente do negócio e assim torna-se capaz de tirar prove

Laissez Faire

A liberdade tem sido discutida e comentada, porém pouco exercitada. Assustou? Não deveria, se analisarmos claramente quantas situações exigem que tenhamos uma postura de plena liberdade, e a acepção pura disso é a decisão. A determinação de um caminho e/ou escolha. Para que isso aconteça precisamos exercer nossa pura liberdade, e muitos derrapam feio nesta hora. Exercitar a liberdade é algo que nasce conosco, mas que a pressão osmótica do meio afeta diretamente. Por diversos condicionamentos deixamos a expressão livre de nossas vontades ficar em segundo ou terceiro plano, e assumimos um caminho determinado por alguém a quem delegamos nossos próximos passos. A palavra é essa: delegamos, deixamos passar, e assim nossa caminhada fica previsível, com muito menos riscos – e por vezes distante do que um dia desejamos. E nesse caso, quando acontece conosco, podemos a qualquer momento mudar a direção. Nós podemos, pois vivemos no mundo ocidental que preza a liberdade e ao contrário de certos r

O FALAR E A VERGONHA

Tudo começou naqueles powerpoints que sempre chegam, e vamos guardando para uma hora destas abrir e ver se é interessante. Abri e li esta historinha: “Era uma vez um garoto de 17 anos com uma doença incurável e podia morrer a qualquer momento. Um dia decidiu sair sozinho e, com a permissão da mãe, caminhou pela sua quadra, olhando as vitrines e as pessoas que passavam. Ao passar por uma loja de CDs, notou a presença de uma garota, mais ou menos da sua idade, que parecia ser feita de ternura e beleza. Foi amor à primeira vista. Abriu a porta e entrou, sem olhar para mais nada que não a sua amada. Chegou tímido ao balcão onde ela estava. Quando o viu, ela deu-lhe um sorriso e perguntou: - ”Posso ajudá-lo em alguma coisa?". Era o sorriso mais lindo que ele já havia visto, e a emoção foi tão forte que ele mal conseguiu dizer que queria comprar um CD. Pegou o primeiro que encontrou, sem nem olhar de quem era, e disse: - "Esse aqui". - "Quer que embrulhe para presente?&qu

IMERSÃO TOTAL (ou Todo Cuidado com a Moda é Pouco)

O inverno é tido como a estação da elegância das pessoas. A razão para a frase é a necessidade de se proteger do frio ameníssimo que temos no Brasil, que com as honrosas exceções do Sul – que atingem graus negativos – tem em 15 graus Celsius o “auge do frio”. E para isso, tome roupinhas... Daí que a rua se transforma em passarela de estilos, formas e criatividade, o que é muito interessante. Vai desde o cachecol feito às pressas para encarar um visual repaginado em 2008 até a famosa cebola, visual formado por várias camadas de roupas sobrepostas. E pra movimentar tudo isso, como quer a indústria, há o modismo da ocasião, e por vezes aquilo que era cafona e brega torna-se o must da estação. Nada de mais, se não for demais... O problema está quando o detalhe da estação, o famoso “must” da moda torna-se “all”, o “tudo”, e a pessoa carrega não mais um jeito, um estilo seu, mas a marca de uma tendência que nem sempre cai bem. O visual fica “imerso” no que há de novo e a linha divisória entr

A Acabativa

Sempre que me perguntam sobre planejamento estratégico gosto de enfatizar que é muito importante ter em mente a conclusão da ação planejada. Isso parece óbvio, que nem mereceria reflexão. Mas não é o que tenho visto. Muitas pessoas, empresas, instituições públicas e mesmo privadas ainda caem em erros quanto ao encerramento das tarefas que foram planejadas, iniciadas e desenvolvidas com esmero; no entanto, devido ao andamento da obra – qualquer que tenha sido, se rápida, satisfatória ou não – que leva um certo tempo, o comprometimento com a finalização deixa de ser prioritário. E por conta disso vemos livros inacabados, estradas mal pavimentadas, reformas que ficam pela metade ou um pouco mais disso, promessas não cumpridas, etc, etc... E por que será que isso acontece? Tenho pesquisado termos de Neurociência e Comportamento, e por meio disso – recomendo um parceiro excelente neste aspecto, a Cidade do Cérebro – noto que, quando um projeto é desenvolvido com foco fora da sua verdadeira

TEIMOSIA OU PERSISTÊNCIA?

As duas palavras são parecidas, e por vezes uma substitui a outra eufemisticamente, ou para pura provocação; quando se enaltece a qualidade é dita Persistência “ah, como fulana é persistente, cai, levanta e continua, e assim fez até conseguir”, dizem como qualidade. “Sicrana é demais teimosa, não percebe que está insistindo em algo que não irá funcionar”, dizem os que apontam o defeito. Mas há diferença, mesmo que sutil, entre os termos? Sim. Teimosia tem um pouco da empáfia, principalmente quando a pessoa, o agente da ação, enxerga que seu ponto de vista, ou seu objetivo, tem um bocado de furos no meio do caminho, e ainda assim é mantido por, assim dizer, princípios. Por querer prevalecer a vontade caprichosa, que por vezes está bem desvinculada da vontade autêntica, aquele desejo de ser feliz com o desafio. É muitas vezes, um capricho. E quando a teimosia resulta em algo concreto, por vezes o resultado é desvalorizado. Serviu enquanto havia o desafio. Desafio encerrado, desejo suprid

Oração

Gosto desta palavra, que guarda nela diversos significados. Vai desde o sentido gramatical e firma-se efetivamente no sentido da voz que leva a algo maior, seja Deus ou outro nome. Considero que leva às mais altas esferas do universo. Oração não significa só os modelos clássicos; pelo contrário, penso que mesmo um pensamento feliz, grato, contente, é por si oração. Ele – o pensamento, que dispensa palavras – consegue alcançar velocidades impensáveis e une continentes em segundos. A oração faz o mesmo, com o detalhe de se repetir sempre que se quiser. Por falar em pensamentos, lembro de palavras, como oração é palavra. Palavra de boa vibração que é capaz de transformar e trazer à baila os desejos que finalmente se concretizam, requer cuidado quando é palavra mal usada, descuidada, dita sem pensar. Pois mesmo a oração requer pensamento, envolvimento, e se feita sem isso é como recitar palavras ao vento. Rituais de oração podem reforçar e inclusive afastar; vai de cada um ter ou não seu r

Segundo semestre de verdade

Julho para alguns já é o fim do ano; para mim, um mês excelente para avaliações do que foi feito e funcionou, e do que foi feito e não surtiu o efeito desejado. Portanto, hora para realinhar os objetivos e ir em busca do que se deseja com mais experiência. Nada mais óbvio. A economia brasileira tem um calendário curioso: o segundo semestre é quando tudo deslancha. Este ano é eleitoral, portanto tem argumentos a mais para acontecer rapidamente, afinal é o último ano de uma gestão, e o que precisa ser concluído passa a ter um prazo ainda menor. Ou seja, hora de fazer acontecer. E na vida particular, ou melhor, no seu interior, já é o segundo semestre? Noto que é fácil pensar nisso em termos profissionais, lógicos. Mas os termos emocionais, os desejos acalentados, estão alinhados com o que tem sido conquistado? Ou será que os desejos e sonhos foram postos naquela caixa linda que nunca mais foi aberta, ficou com o ar e o aroma de um passado cheio de alegria e esperança? O tempo passa, e rá

Max

Ontem falei da Mel, hoje o tema é Max. Na verdade, é tema de ontem, um dos que considero melhores dias da minha vida. Depois do almoço retornava para o escritório fazendo o caminho de carro que mais gosto: por dentro do bairro, sem passar pelas avenidas principais. Na rua onde passei o tráfego é calmo, os prédios são bonitos e é muito agradável para passear mesmo. E ali, na minha frente um carro dava ré, e antes que eu pensasse em reclamar vi uma ave pequenina no chão. O carro da frente desviou mas eu parei e vi imediatamente que era uma calopsita (ou caturrita, em Portugal, ou cockatiel, nos EUA). Misto de medo – tente pegar para sentir a bicada dolorida destes bichinhos – e vontade de fazer alguma coisa fez com que eu pedisse ao rapaz da loja em frente um plástico para fazer de luva e pegar o passarinho. Mais do que isso, ele providenciou uma caixa de papelão perfeita para acondicionar meu achadinho em segurança. Segui para o que tinha de fazer – importante, não urgente – e sabia que

Transformação

Para a Mel Quando ela surgiu não foi exatamente uma escolha: estava na mão de um homem que já enfrentava dificuldades para se manter, quanto mais a uma cadelinha de sete meses toda estropiada, quadril estourado, magra... daí que quando ele me viu e viu a janela do carro aberta, não teve dúvida: jogou a cadelinha dentro do meu carro. - Pega pra você que tá procurando a sua e pelo jeito não vai achar mesmo, senão taco ela na zoonoses! – gritou enquanto arremessava a cadelinha pela janela do passageiro. Ela não fez escândalo, uivou porque a caída dentro do carro, em cima do banco – de couro – deve ter machucado um pouquinho. Mas ela se debateu por menos de um minuto, e ali ficou, parada, meio que esperando o que estava por vir. Deixei o homem falando sozinho, liguei a ignição e saí dali da Vila Ede direto para o veterinário, e lá ela ficou para ser castrada e “consertada”. Tinha, segundo o Romilton Bacelar, amigo e vet, sete meses. - Ela nasceu por volta do dia três de agosto – calculou.

Sabedoria

Li hoje cedo que o anjo guardião de julho é a Sabedoria; enquanto leio isso e reflito, percebo que por vezes esqueço da sabedoria que possuo e cada um a tem, formada não pela escola ou cursos somente, mas principalmente pela vivência – seja para quem tem dez ou cem anos de idade. O saber interno é rico, pois é lastreado no que foi vivido; a palavra acquire dá bem a idéia de algo internalizado, conquistado sem esforço, resultado do desenvolvimento do cotidiano – e nele, o cotidiano, está o ponto de partida de tudo o que fazemos com sucesso – que vai se firmando como nossa cultura, nosso ritmo interior. Sabedoria, como já dito, vem da construção interna de cada indivíduo, mas é efetiva quando ela se torna viva, alive and kicking , fazendo parte da vida em atitudes, na interação com as pessoas e principalmente na criação da história que será seu legado para outras gerações. Há um lindo trecho da prece da serenidade, que diz algo como “Senhor, ilumina-me com a serenidade para com aquilo q

Mercados flutuantes

A expressão tem raiz no mercado de capitais, mas aqui gosto dela para designar como a economia e os negócios tem respostas conforme o psicológico de toda uma população. Há quase 21 anos atrás ouvi isso de um gerente a quem eu reportava, e embora eu desconhecesse muito o comportamento macro dos negócios, sempre achei que crises e oportunidades, estagnação e prosperidade seriam mais valores psicológicos, conforme o referencial adotado. Se eu creio firmemente que a economia está estagnada, sem dúvida é isso que ela irá me mostrar. Há setores estagnados, sem dúvida; mas outras áreas de negócio tem aberto oportunidades constantemente. Quem tem perfil empreendedor deve ter esta clareza para, a todo tempo, fazer os ajustes de rota necessários. Sem isso, o fracasso é certo. Se eu creio firmemente que a economia está aberta a oportunidades, e que as pessoas querem consumir novos produtos e serviços (e depois dirão "como consegui viver até hoje sem isso, meu bom Deus!"...) nada como an