E ajude se precisar

Falei em pedir ajuda, ontem.

Hoje considero que é vital ajudar quem nos pede; mais ainda, urge, como é a urgência em ao menos notar o pedido do outro, a mão estendida em busca de uma resposta. Pode ser que não seja possível ajudar, como é comum acontecer. Mas vale pensar em como ajudar talvez de forma diferente do que foi pedido a nós.

A criatividade é excelente “ajutória”, para quando não temos as ferramentas ideais para ajudar quem nos pede. Por vezes uma sugestão, mesmo diferente demais até para nós mesmos, pode trazer uma luz sobre o que pode servir ao nosso “ajudado”. Esta luz pode advir de palavras, idéias, toques inteligentes, qualquer coisa. Só não vale fazer piada da necessidade de quem requer ajuda.

Outro dia ouvi uma menina linda chorar e pedir orientação sobre o que fazer afetivamente, por conta de um cara que não a valoriza – é o que entendo do que ela narra sobre o caso – e embora eu pudesse dizer de bate pronto o quanto ela está perdendo tempo com o sujeito, bem na linha “saia dessa já” (o que seria muito verdadeiro), preferi apenas ouvir, e no final dar um abraço. Acho que foi um auxílio melhor do que estimular polêmicas inúteis.

Um dia, logo que perdi a Kyra, ouvi de uma pessoa “vai pegar logo outro cachorro que a dor passa”. Eu fiquei furiosa, tive raiva e pensei o quanto esta pessoa era insensível.

Fato: dali a semanas peguei a Mel, que tem inspirado muito texto neste blog desde então. Esta pessoa acertou, mas naquela hora o que eu queria ouvir era uma palavra de conforto, um bálsamo simples, como “eu entendo o que você sente, mesmo eu nunca tendo tido um cachorro antes na vida”. Era só isso. Era o que eu queria ouvir, embora a resposta ideal tenha vindo de uma forma tão doce como só a Mel sabe ser.

Na dúvida, ajude; e na dúvida ajude ouvindo. Só isso.

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