Finanças em Ordem!

Vamos cobrar com classe!

Muita gente carrega nas costas um fardo que, por vezes, até parece leve porque a pessoa se acostumou. Mas é bem pesado: o fardo de ter que, um dia, cobrar uma pessoa querida (ou nem tanto, em diversos casos) algo que ela está devendo. Sim, é cobrar; há quem diga que seja o oposto, o devedor carregando o fardo. Também há, mas noto que para muitas pessoas que tem dívidas (não falo somente das financeiras, mas de toda natureza) o sentimento que tem que irão quitar ou resolver ajuda a aliviar a carga.


Mas e como fica aquele que é o credor e se sente desconfortável na situação? Como fazer para cobrar sem se sentir mal ou piorar a relação existente?


Bem, a primeira coisa é lembrar que será necessário ter um bom controle emocional. Mesmo que tudo corra superbem, há o medo inconsciente de todos de sofrer rejeição ou algum tipo de agressividade. Noto que, na grande maioria dos casos só da pessoa tomar a iniciativa de cobrar demonstra que há o interesse em negociar – o que no fundo os devedores querem que aconteça. As empresas de telemarketing de cobrança tem avaliado que mais de 50% dos devedores espera que o credor cobre e assim possa acontecer uma negociação viável. 


Daí que você, credor, deve dar o primeiro passo. Procure o devedor e converse da forma mais tranquila possível, sem entrar no mérito do passado – o motivo da não quitação do débito. Um exemplo simples é antológico: pedir de volta o livro que você emprestou. Não ajuda nada lembrar quanto tempo o livro está com a pessoa (afinal, você foi conivente e deixou o prazo de entrega por conta dela, certo?) e quais motivos levaram a situação ao ponto que chegou. Simplesmente peça o livro de volta, e combine com a pessoa quando ela poderá devolver, a forma, o local. Acertado o detalhe da entrega, mude o assunto, comente sobre a vida, faça comentários alegres que desviem o assunto porque ele foi encerrado (mesmo que pareça que o devedor venha a esquecer, agora você terá um novo argumento para cobrar: o que foi estipulado). Lembre-se então que você vai finalizar isso cobrando a devolução e ponto.


E se nós formos cobrados, como fazer? Primeira coisa é deixar de se sentir vítima ou inferior ao seu credor. Fato: ele está certo em cobrar, seja porque é dinheiro em jogo ou alguma coisa de valor – o livro acima por exemplo – e que a ele pertence. Procure facilitar a situação já propondo uma negociação. Vamos imaginar que o livro do exemplo acima realmente esteja com você e que você o tenha perdido. Diga que irá repor o livro dentro de um prazo razoável e comece imediatamente a localizar a obra, via internet ou qualquer outra forma capaz de reaver o livro. Não invente dizendo que está com terceiros, ou crie desculpas – você não tem razão, por isso está sendo cobrado. Também não caia na tentação de começar um jogo de “quem deve mais”, lembrando do passado do amigo ou situações semelhantes. Afinal, você quer sair desta situação melhor do que entrou, portanto deixe sentimentalismos de lado.


Acertada a negociação que irá finalizar a dívida, lembre do seguinte: se for emprestar, pense muito bem antes de fazer isso pois uma coisa que é sua responsabilidade é cobrar. Se for pedir emprestado, seja justo com quem te fez o favor, seja pessoa amiga ou banco, e pague em dia – se possível, antecipe a devolução. Não leve as questões de cobrança para o lado pessoal, seja qualquer o lado onde você está. Finalizando, procure terminar com as pendências para aliviar o stress do cotidiano.



Dá para controlar cachorro e criança?



Respondendo de bate pronto dá sim. Está longe de ser tarefa impossível, o que não significa ser tarefa fácil. Pelo contrário, diria que é uma das tarefas mais trabalhosas porque implica em entender linguagens para esclarecer sem agredir, até porque não há aprendizado com agressividade – neste caso o que se assimila é medo generalizado, que não rima com o desenvolvimento.


Para começar, recomendo ler muito a respeito tanto de crianças (sejam bebês, meio crescidinhas, crescidas e adolescentes) e cachorros. Gatos também captam nossa mensagem, mas são um pouquinho mais resistentes. Falo em ler para aprender a parte teórica, que explica as razões de certos comportamentos; sei que tem quem diga que só a prática ensina, mas pelo tanto de gente que sofre cotidianamente seja com filhos berrando ou cachorros ladrando, creio que só “na raça” não garante o sucesso.


Depois vem a parte hard, a aplicação da teoria. O que ajuda e muito nesta tarefa é a humildade, perceber que você sabe pouco sobre o outro, seja cão ou criança. O que se passa no íntimo deles dificilmente você será capaz de entender por mais que, no caso do humano, exista a linguagem. Pense bem: quantas vezes você se expressou achando que estava sendo claro e compreendido, e notou que não era verdade? A linguagem entre humanos é complexa, cheia de sutilezas, imagine como também a é para quem não sabe falar direito...


O canal de comunicação que melhor funciona costuma ser o amor, o afeto e a atenção. Um cachorro aprende rapidamente que latir muito desagrada ao tutor, pai ou mãe (dono é uma palavra que não comunica bem o sentimento de quem tem um animal, ou você consideraria normal seus pais dizerem ser “seus donos”?) pela percepção de um olhar terno, de um abraço afetuoso e do carinho da rotina do dia a dia. A criança, mesmo bebezinha, tem a mesma carência, quer colo, confiança, carinho e calor. Para isso, palavras não são adequadas: ações terão efeito bem mais percebido.


Mas o que fazer quando estamos com pressa, cabeça quente, dificuldade em lidar com uma situação que nos deixa incomodados, como o choro do bebê descontrolado, o cão em pânico por conta de trovões, o gato assustado com um motor engrenado? Nesta hora, falemos a verdade, nossas emoções de medo atravessam a frente e fazem com que tenhamos atitudes pouco recomendadas: mostrar agressividade ou tentar controlar desesperadamente. Ambas são extremos de uma corda, e a chance da corda romper, nestes casos, é grande.


Outro dia acompanhei a mãe de um menino que chorava muito no aeroporto enquanto aguardava o embarque. Ele certamente não tinha dormido, estava incomodado com tudo: fora de casa, lugar estranho, gente esquisita. Do alto dos seus quatro anos o novo ainda era um vilão, e com sono pior ainda. A mãe optou por manter a calma, e falar docemente com o menino, ao mesmo tempo que calmamente o tirava do espaço aberto da sala de embarque. Levou até o bebedouro, abaixou-se para falar com ele olhando nos olhos e na mesma altura da criança. O menino ainda choramingou por menos de um minuto e foi se acalmando. Dali a uns dez minutos voltou, deitou no colo da mãe e descansou enquanto aguardava sua viagem.


Em casos como estes vejo duas formas ineficazes de resolver: uma, menos comum, é dar uma bronca daquelas na criança, soltar o verbo e deixá-la morrer de vergonha perante os outros (que gera medo e assusta, associando viagem a um momento de terror) ou a segunda, muito comum, fingir que não está acontecendo nada e acreditar que todos irão entender a situação naturalmente (que significa para a criança que não há limites no mundo e ela pode fazer tudo, gravando esta mensagem para o futuro).


E os animais que fazem barulho, latem demais, incomodam? Fato é que com eles a linguagem muda porque eles não irão “responder” o porquê de suas inseguranças, receios e desconforto. Eles vão expressar corporalmente o que incomoda, mas você terá de repetir o que ele faz corporalmente? Não. Terá que pensar um pouco como ele está a sentir a situação, como dizem os especialistas em comportamento animal. Depois irá calmamente falando com o bichinho, firmando o olhar (que não é para bater, quando falamos em ser firmes em atitude), e se preciso for isole-o, leve para outro local da casa, evite que incomode as pessoas.


O momento de educar nunca é na hora da crise, mas no composto do tempo de convivência. No dia a dia, expresse afetividade, evite ironias, deboches, situações que fazem a piada ser da pessoa ou do animal, e não junto para que ambos se divirtam (sim, animais se ofendem quando são ridicularizados, saiba disso). Construa a educação todos os dias, crie hábitos e familiarize crianças e animais com os protocolos sociais. Em países da Europa, onde é comum ter animais em restaurantes (eu particularmente acho que não combina, assim como cama não é lugar de bicho no meu entendimento – e olha que eu adoro um pet!) os bichos ficam na deles, quietos, sem parecer que estão a morrer de fome ou doidos para socializar destruindo tudo. O mesmo vale para crianças de toda idade, que num lugar público sabem que estão seguindo regras e devem aceitá-las para terem uma boa aceitação social.


Para quem acha que é impossível porque “devia ter começado cedo”, a dica é começar agora, porque a qualquer momento podemos começar novos hábitos e posturas, tanto nós mesmos quanto com nossos entes queridos, quadrúpedes ou não. Garanto que tanto criança quanto cachorro educado com amor e segurança sentem-se mais amados e aceitos, vivendo plenamente a vida. E lugar de animal selvagem é na natureza.

Faça da poupança um hábito de prosperidade: COMECE!


Poupar não é algo ensinado em escolas e muito pouco nas famílias – não por descaso, como muitos podem pensar, mas por desinformação. Nossa cultura brasileira tem começado a ficar mais alerta no que se refere a pesquisar preços, analisar valores e vem gradualmente se familiarizando com a economia; no entanto, o hábito de guardar dinheiro nem sempre é lembrado como fundamental para uma saúde financeira.

Um dos pontos que dificulta para as pessoas o guardar dinheiro reside no mito de “primeiro pagar as dívidas e depois guardar, se sobrar”. Fato: dinheiro é como ar, não sobra. Está ao nosso redor e requer bom uso do recurso. Não se trata de apologia ao calote – pague as contas e compromissos financeiros dentro do prazo para evitar multas e juros – mas sim de lembrar que, tão importante quanto o pagamento em dia dos débitos contraídos é a poupança de algum valor para sua tranquilidade e segurança. Daí surge o primeiro conceito importante para este hábito: GUARDE QUALQUER VALOR!


Se você puder, neste momento, guardar um real que seja, já estará fazendo diferença. Um real por dia irá acumular R$ 365 no fim de um ano, valor considerável para usar até para se premiar pela sua persistência em separar um valor todos os dias para uso futuro. Hoje, esta economia diária de um real representa 46,3% do salário mínimo vigente para 2015, valor nada desprezível! Isso calculando-se somente o dinheiro acumulado, sem acrescentar correções de poupança ou de outros investimentos.


Deixamos de poupar porque consideramos valores pequenos como irrelevantes para nosso patrimônio futuro: no cotidiano gastamos sem pensar valores que superam o um real diário com facilidade. Se o cafezinho diário fosse duplicado, sendo que um seria o que você toma todo dia e outro guardado em dinheiro numa conta corrente, e considerando um cafezinho no valor de R$ 3, ao final de um ano você teria no mínimo R$ 1095, sem a correção da poupança.  Se este valor for investido e acumulado por um período de cinco anos, poderia perfeitamente bancar um carro popular novo – já imaginou começar 2020 com este dinheiro que partiu da poupança diária de um cafezinho?
Um cafezinho por dia custa R$ 1227,50 por ano (R$3,50 cada). Que tal tomar o café em casa?
A partir da criação do hábito da poupança fica fácil e natural migrar para outras formas de investimento mais rentáveis, como os fundos com juros pós fixados, como fundos DI, investimento em Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Letras de Crédito de Agronegócio (LCAs) e o Tesouro Direto, que para o ano de 2015 são opções que prometem mais retorno financeiro que a poupança e mesmo ações.  Lembro que estes investimentos requerem que o dinheiro fique um período longo para trazerem bons resultados, o que faz da poupança a excelente opção para curta duração (tempo de até um ano).


Sentiu a motivação? Agora é preciso fazer desta meta de poupar seja diariamente, semanalmente ou mensalmente algo concreto, que seja como um ritual em prol da sua base futura de investimentos, de bem estar e tranquilidade.  A prosperidade financeira, as grandes fortunas, os valores expressivos começam a partir de decisões simples como essa: poupar sempre, guardar e entender o valor destas transações que visam movimentar uma sociedade com qualidade. Comece, persevere sem desistir, continue sempre poupando, prestando atenção ao que gasta, usando critério nas despesas, criatividade para aumentar sua renda e ensinando amigos e familiares a fazer o mesmo. Garanto que, com estas medidas, não importa o cenário econômico, você terá muito sucesso e saúde financeira!

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