Comecei com bijuteria e Avon

Outro dia fui falar de Saúde Financeira num colégio particular, para alunos de nível médio. Adoro fazer isso. Normalmente os alunos acham que vou falar para economizar a mesada, gastar menos, estas coisas que fazem parte, mas caem na famosa “vala comum”. Depois todo mundo sai da palestra com aquela cara de “por onde começo”?

E pra falar de por onde começar, tenho que lembrar de onde comecei, aos 12 anos, a vender coisas. Não foi de caso pensado; eu tinha comprado uns brincos de pena no centro da cidade, e por conta da variedade e do preço optei por comprar quase um de cada cor – vermelha, amarela, azul, rosa, verdinha, branca, roxa, laranja – e como adolescente adora mostrar tudo o que compra, levei para a escola, num bairro afastado. Era a moda das novelas, um brinco só, de pena, bem comprido. Não deu outra: as meninas ficaram olhando e uma delas perguntou “quanto que você tá vendendo”?

Eu tinha pagado o equivalente a R$ 2 em cada um dos brincos de pena. Vendi para a minha primeira cliente o brinco a R$ 4. Ela pagou no dia seguinte, pegou da mesada. Depois acabei vendendo todos os outros, e voltei ao centro da cidade para comprar mais. Gostei da experiência.

Tive o meu momento “vendedora da Avon”, revendendo para uma revendedora (!!!) e ela me repassava 15% de comissão (ela tinha um total de 28%) pelo que eu vendesse. Vendi bastante, até hoje gosto e lembro com carinho do catálogo da Avon, que era um passaporte mágico de coisas bonitas e que faziam dinheiro.

Conto esta história porque foi a minha primeira maneira de fazer dinheiro. E instigo os alunos do colégio, assim como os clientes, participantes de palestras e treinamentos a pensar da mesma forma: como fazer dinheiro.

Fazer dinheiro exige acima de tudo vontade: pergunto sempre ao público o que podemos fazer com R$ 1. Tem quem diga que “não dá nem pra começar”, mas sempre há aquele que sugere coisas como fazer suspiros caseiros, pintura em sabonetes, comprar uma pinça para fazer sobrancelhas e oferecer o serviço às amigas, fazer pipa (kites) para vender, enfim, daí pra frente a criatividade corre solta.

O que mais importa não é o volume do investimento inicial, mas a vontade de vender, de oferecer algo que gera valor para o cliente, e por esta razão ele irá adquirir, preferir. Todos somos clientes e todos podemos nos tornar fazedores de dinheiro. Basta pensar o que vamos fazer, ou ainda pedir ajuda a amigos, parentes, colegas em sugestões interessantes. Depois é dar o primeiro passo. E vender.

Aproveito para comentar sobre vendas, uma atividade que adoro e valorizo muito, pois a economia depende dela integralmente. Vender vai além de entregar e receber o pagamento; vejo gente que vende idéias, sonhos, projetos, conceitos com tanto empenho e paixão mesmo não vendo o pagamento tão rapidamente – está embutido no salário do fim do mês. Com isso, todos somos vendedores, e se há atividade capaz de fazer dinheiro, é esta. Tenho orgulho e satisfação com vendas, e motivo quem quer que seja que deseje começar mas ainda tenha um certo preconceito. Preconceito, comodismo e idéias pré-estabelecidas não pagam o supermercado da semana, compreende? Fica para pensar...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Afinal, é para dizer “saúde” depois do espirro ou não?

Acomodação ou Acomodamento?

Parábolas de gestão empresarial – autor desconhecido