Disciplina Consciente

Eu lia um material sobre o ensino de yoga, e nele encontrei, com satisfação, a referência a disciplina consciente. Para mim, um resgate de um aspecto esquecido ou posto de lado no afã de nossos princípios éticos.

Já havia lido o termo, mas em circunstância bem diferente; por um amigo que estudou, por pouco tempo, engenharia e cálculo. Embora fosse um curso difícil e numa instituição respeitada, as provas e avaliações não só desta como de outras disciplinas eram feitas em casa pelos alunos, individualmente, sem consulta e com tempo marcado. Fato: a maioria dos alunos efetivamente seguia estas regras.

O interessante disso é resgatar a verdadeira essência da avaliação, que não é de atribuir saber mais ou menos; a avaliação deve(ria) servir como baliza para saber o que é preciso estudar mais, aprender mais para evoluir no desenvolvimento do conhecimento. Serv(iria) também para o professor compreender como está a aprendizagem dos alunos, e fazer ajustes, se necessário. Muito além de simplesmente aprovar ou reprovar, dar nota ou tirar nota.

E no desenvolvimento do conhecimento, seja em yoga ou em qualquer outra ciência, a disciplina consciente traz a luz a este aspecto fundamental – aprender, efetivamente. Neste ambiente de disciplina consciente, os exames e avaliações não são compostos por perguntas com respostas decoradas ou padronizadas, nem com a repetição de dados inúteis que não são usados no dia a dia da profissão; mas sim com perguntas, problemas e questões que instigam ao senso crítico, à visão ampla e geral da área de conhecimento, ao conhecimento específico das técnicas que irá empregar no seu exercício profissional, à capacidade de auto-aprendizado e à criatividade.

Assim, quando a instituição, as avaliações, os professores e os alunos querem e exercitam o espírito pelo aprendizado e evolução, naturalmente se viabiliza e ocorre a manutenção da disciplina consciente. Subverter esses princípios ao executar sua auto-avaliação, não cumprindo as regras solicitadas nos exames, levaria apenas ao auto-engano, a dificuldades posteriores no seu exercício profissional e, em médio prazo, à diminuição do nível de evolução e profundidade do próprio curso.

Como o objetivo de viver bem estabelece a tranqüilidade fundamentada no conhecimento internalizado, sabido e seguro para assim ter mais ferramentas para o exercício profissional ou mesmo qualquer atividade social, a disciplina consciente envolve a busca pelo autoconhecimento efetivo, seguir princípios éticos de vida, maior independência, maior capacidade de realização e autodisciplina e a ampliação de consciência. É interessante adotar e estender esse aprendizado e treinamento para todas as situações possíveis de nosso cotidiano, inclusive na forma de nos relacionarmos conosco mesmos, numa constante disciplina consciente.

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