AGENDA SETTING

Se você acredita que os temas abordados pela mídia são escolhidos por conta do quanto são importantes, aviso: os estudiosos da comunicação não só descrêem disso como tem na ponta da língua o que explica como certos temas ficam tão acesos no imaginário coletivo. O nome disso é Agenda Setting, isto é, o poder da mídia em pautar os temas que serão discutidos no cotidiano das pessoas.

Por esse conceito, o fato de a imprensa estabelecer o que estará no centro das preocupações, não significa que ela determinará a opinião dos leitores, ouvintes e telespectadores sobre o assunto. Mas traduz que certos temas ganham mais espaço do que outros, seja por sua relevância dentro de um determinado cenário – um exemplo é o caso Isabela, que no primeiro semestre deste ano mobilizou a população a ponto de pessoas comuns totalmente desvinculadas do fato quererem fazer justiça da forma que encontrassem, indo às raias da agressividade – ou porque apresentam elementos que se moldam com perfeição dentro de um determinado momento social e político.

Portanto, reconhecer a existência da Agenda Setting não significa concordar com alguns críticos que atribuem poderes quase mágicos à imprensa, como se ela tivesse uma irrefreável (e estudada) capacidade manipulatória, de forma a conduzir as pessoas de um lado para o outro, de acordo com seus caprichos e interesses, como se os leitores fossem uma manada sem cérebro. Basta verificar o que se viu com relação ao presidente Lula: apesar do bombardeio dos jornais destacando a corrupção, que atinge pessoas ligadas diretamente ao governo, ele continua a desafiar os prognósticos de que a avalanche de notícias negativas o faria perder popularidade e votos. Ou seja, as pessoas acompanham o que os jornais dizem, mas formulam juízos próprios.

Pense sobre como você recebe a informação que te chega, inclusive por meio deste blog...

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