Os medos

No programa Saia Justa, da GNT, transmitido esta semana, vi o tema medo ser tratado de uma forma interessante: sem aquele viés de coisa ruim. As quatro saias – apresentadoras: Márcia Tiburi, Maitê Proença, Beth Lago e Mônica Waldvogel – comentaram sobre o que as causava medo. E teve de tudo: desde o medo do escuro de Tiburi ao medo de água de Waldvogel. Mas o medo mais “legal” discutido foi o de Maitê, que descreveu sinteticamente que deixou de ter medo num belo dia, como numa constatação – “acordei e não tinha mais medo” – e convive com a paranóia de muitos (de certa forma, com razão) quanto ao nível de criminalidade do Rio de Janeiro.

Ela disse nunca ter sido assaltada, o que é muito bom. Em meio a tanta gente queixosa de tudo o que cerca, ouvir alguém dizer que está fora do circuito violento faz um bem... E penso que ela talvez tenha achado um filtro de segurança não por ser famosa – no Rio há a maior concentração de gente famosa por conta da Globo, daí nenhuma novidade – mas porque ela descarta mentalmente que isso a cause medo.

Ah, mas é pra fazer de conta que não se tem medo? Nada a ver. Tem medo, ok, assuma e lide com isso, seja qual for: se de escuro ou de barata. Agora, evite a paranóia, ver o medo, o mal e o perigo em todos os lugares, pois isso efetivamente atrai mais energia ruim e como diz o poder da Atração, aproxima aquilo da pessoa, por vibração.

A maturidade tem um aspecto excelente: mostrar que somos capazes de lidar com os medos, principalmente conosco mesmos. Não é preciso fingir ser impenetrável ou totalmente corajoso, até o oposto: é assumir a fragilidade da vida, como é frágil o beija flor ou a folha da avenca. Mas ambos vivem muito bem na natureza, não deixam sua fragilidade impedir que desabrochem, frutifiquem.

Medo bem dosado e compreendido dá o tom para os corajosos, os bravios. Medo irracional paralisa e causa sofrimento. Assumir o medo é coragem, esconder e se iludir sobre ele é insanidade. O risco é parte de tudo, e até o ar oferece riscos. Mas quem resistirá a uma lufada de ar fresco para abrir os pulmões? É uma analogia, pense nisso no seu fim de semana!

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