Max

Ontem falei da Mel, hoje o tema é Max. Na verdade, é tema de ontem, um dos que considero melhores dias da minha vida.

Depois do almoço retornava para o escritório fazendo o caminho de carro que mais gosto: por dentro do bairro, sem passar pelas avenidas principais. Na rua onde passei o tráfego é calmo, os prédios são bonitos e é muito agradável para passear mesmo. E ali, na minha frente um carro dava ré, e antes que eu pensasse em reclamar vi uma ave pequenina no chão. O carro da frente desviou mas eu parei e vi imediatamente que era uma calopsita (ou caturrita, em Portugal, ou cockatiel, nos EUA).

Misto de medo – tente pegar para sentir a bicada dolorida destes bichinhos – e vontade de fazer alguma coisa fez com que eu pedisse ao rapaz da loja em frente um plástico para fazer de luva e pegar o passarinho. Mais do que isso, ele providenciou uma caixa de papelão perfeita para acondicionar meu achadinho em segurança.

Segui para o que tinha de fazer – importante, não urgente – e sabia que meu lindo achadinho iria se acalmar nos minutos que iria levar o meu compromisso (e não foram muitos, de fato). Depois voltei para casa e providenciei gaiola, água, comida, um palito de Trill docinho que fez sucesso e toda a infraestrutura que um animal delicadíssimo precisa.

Como não sei se é ele ou ela, tornou-se Max. E o que descobri é que Max é calopsita cara branca, uma variação rara, e que uma das asas de Max foi mal cortada; sorte que logo irá renovar as penas e ficará igualado, para o bem do próprio Max, que se movimenta com dificuldade, eu percebo.

OK, mas é só um passarinho...

Max me mostrou um milagre do acaso que nunca é acaso; outro dia eu pensava em calopsitas quando comprava ração para a Mel. Detalhe: eu já tenho outra calopsita que conta agora com 16 anos, tem um vasto currículo amoroso e hoje é dono de seu espaço sem permitir novidades, é herança de minha mãe e se chama Fluck, calopsita macho que gosta só de voz de homem, veja só. Não irei juntar Fluck com Max, são mundos e gerações incompatíveis, explicou a veterinária online que consultei.

Enquanto escrevo isso vejo a harmonia em Max enquanto come e se acostuma com um novo mundo; aos poucos vou incentivar Max a sair da gaiola e ver a vida, as plantas, aprender a conviver com a Mel (e ela com Max, principalmente ela!) e viver junto com humanos, já que devolver à natureza agora seria crueldade. E vou me empenhar para fazer Max muito feliz!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Afinal, é para dizer “saúde” depois do espirro ou não?

Acomodação ou Acomodamento?

Parábolas de gestão empresarial – autor desconhecido