Comidas...

Em culinária gosto de quase todo tipo de comida, e sem preconceitos. Seja com pimenta, agridoce, mais gordurosa que a média... vale experimentar até pra não ficar passando vontade. Lógico que isso se aplica a coisas certamente não venenosas ou que possam causar mal estar. Por exemplo, não comeria cachorro na Coréia de jeito algum, e rã eu evito, já experimentei e me pareceu quase um frango... portanto, dê-me frango, please!

Considero a culinária a mais perfeita expressão de cultura de um povo, de uma família, de pessoas. Sou observadora, e noto que muito de uma personalidade se mostra no que ela escolhe para comer, em como lida com sua cozinha e seus hábitos alimentares. Repare: junte a pessoa com a forma que ela lida com o alimento e terá neste último o espelho dela, acredite.

O curioso é que muita gente passa pela vida sem se ater ao que come, ao que produz para comer. OK, tem quem nunca cozinhe, compre tudo pronto ou vá ao restaurante como rotina diária (muita gente se aplica neste último caso) e ainda assim é possível ver a personalidade na forma de se alimentar. Quem come fora não necessariamente se descuida do que come, por vezes é até o oposto; e quem faz em casa em certas ocasiões age assim somente para não perder tempo e matar “o bicho”, como dizem os africanos.

É muito rico o momento de comer – seja pelo prazer ou pelo ritual que cada um tem, seja na família ou não – e sinto que pessoas estressadas tem deixado este prazer tão sublime de lado; usam a desculpa da dieta, da falta de tempo, da postergação para não exercer seu padrão cultural mais autêntico e animal, o comer.

Deixo para pensar algumas correlações: a forma de comer = a forma de lidar com o recurso financeiro; o cuidado com o que se ingere = o descuido com as emoções expressadas ou recebidas dos outros; o carinho no preparo = a alegria e satisfação ao encarar desafios e superá-los; a reunião na mesa em família com o alimento = o partilhar com quem se gosta o que foi feito de melhor para o bem de todos.

Comer bem e desfrutar deste prazer é alcançável por qualquer pessoa, mesmo com poucos recursos financeiros; há quem viva nas ruas e seja cuidadoso com o que pega do lixo para se alimentar e por vezes partilha o que conseguiu com outros desvalidos como ele. Afinal, há dias que os colegas é quem obtém o melhor refugo, por que não retribuir? É a cultura das ruas, assim como é a cultura do pós futebol ganhar a partida e bancar a rodada de cervejinha esperta, algo como brindar aquela vitória do dia e a amizade do sempre, saúde!

Experimente começar a semana olhando com carinho para o que vai dentro de si, do externo para o interno, seja o cafezinho ao manjar – e expanda sua culinária pessoal além das fronteiras dos sabores conhecidos, que certamente novos universos de sabores e cores irão mostrar formas saborosas de felicidade. E brinde com amor!

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