Laissez Faire

A liberdade tem sido discutida e comentada, porém pouco exercitada.

Assustou? Não deveria, se analisarmos claramente quantas situações exigem que tenhamos uma postura de plena liberdade, e a acepção pura disso é a decisão. A determinação de um caminho e/ou escolha. Para que isso aconteça precisamos exercer nossa pura liberdade, e muitos derrapam feio nesta hora.

Exercitar a liberdade é algo que nasce conosco, mas que a pressão osmótica do meio afeta diretamente. Por diversos condicionamentos deixamos a expressão livre de nossas vontades ficar em segundo ou terceiro plano, e assumimos um caminho determinado por alguém a quem delegamos nossos próximos passos. A palavra é essa: delegamos, deixamos passar, e assim nossa caminhada fica previsível, com muito menos riscos – e por vezes distante do que um dia desejamos.

E nesse caso, quando acontece conosco, podemos a qualquer momento mudar a direção. Nós podemos, pois vivemos no mundo ocidental que preza a liberdade e ao contrário de certos regimes em voga, deixa o sistema “aberto”, e se há alguma prisão neste caso é o das próprias pessoas, que se aprisionam em sistemas que garantem, em tese, “menos riscos”.

É tão mais tranqüilo e confortável deixar tudo na mão dos outros, não é mesmo? Seguir a cartilha já testada, mesmo com vários fracassos, mas todos a fazem, porque fazer diferente? É o que passa pela mente de muitos, e convivemos com este estado de coisas. Veja quanta gente cada vez mais doente, em todos os sentidos...

Mas não é o seu caso, por razões diversas você suplantou esta cartilha, saiu da Matrix e agora nota que outros atribuem a você a decisão que caberia originalmente a eles, e delegam – ou melhor, abdicam – a você o destino deles... Ora, a melhor forma de recusar esta “deferência” e ao mesmo tempo contribuir com o desenvolvimento individual (que vai se refletir em ti mesmo posteriormente, já que todos estamos interligados, por nossa livre e espontânea vontade – e isso dá margem a outra conversa...) é deixar os outros viverem, errarem e escorregarem quantas vezes forem necessárias. É a sabedoria do coelho de Alice, aquela do conto de fadas; a ele Alice perguntava qual o caminho, e ele devolvia a pergunta apontando a ela: a cada momento você faz o seu, que não é o meu. E saía livre cantando e fazendo sua própria história.

Exerça sua liberdade plenamente, e portanto esteja responsável por seus riscos e destino. Isso é uma das poucas coisas efetivamente individuais, aproveite!

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