Gula

Pecado capital relevado, a gula ou o comer em excesso consegue ter o lado interessante do ponto de vista consumista; as indústrias estimulam o tempo todo a consumir mais e mais, coisas novas, delícias de todo tipo. E na contrapartida auxiliam a movimentar uma indústria poderosa da magreza, com produtos, medicamentos, técnicas, cirurgias para emagrecer tudo aquilo que a indústria estimulou por anos a comer.
E penso: por que comer se torna um problema, quando poderia ser um doce prazer? Fácil: fique triste e controle a si mesmo antes de cair matando sobre um pacote de pipoca doce cor de rosa; ou troque o pacote por batatinhas fritas, um refri e um docinho... vai doer menos. E assim a comida passa de alimento a alívio, o pontapé inicial de uma grande dependência.
Há quem coma de menos no mundo, e morra por isso. Não é o caso no Brasil, que se jogar uma semente no chão nasce um pé de qualquer coisa; mas em vários lugares uma gota de água é preciosa e o solo fértil inexiste. Falta comida e as pessoas morrem.
O equilíbrio do que se come é algo tão estudado que não cabe aqui; não faltam livros e teorias sobre o assunto. A única coisa que me detenho é como a comida é ingerida sem consciência, sem o pensar no corpo e no meio onde vivemos. Esta básica reflexão dá a medida que explica a diferença da gula e do deleite saudável. Coma para viver, mas pare de viver para comer.

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