As novas famílias

Ontem participei de um evento da revista Marie Claire que discutiu brilhantemente sobre o amor, família, relacionamentos e internet no mundo contemporâneo. E o ponto que mais se discutiu foi justamente a conformação familiar.

Houve o tempo que a família era a imagem da propaganda de margarina, lembra? Pai e filhos sentadinhos ao redor da mesa e a mãe, em pé, administrando o que os outros queriam, colocando o leite fumegante na mesa (servido na louça branca do enxoval do casamento, por certo)... Mas hoje todos acordam em horários diferentes, com agendas diversas (e isso inclui o bebê de oito meses que tem hidroginástica e berçário para socializar) e raramente esta cena dita “familiar” torna-se possível.

Também antigamente família pressupunha papai, mamãe e filhinhos. Vejo hoje famílias lindas com todo mundo junto: os filhos do papai, os filhos da mamãe e os filhos de ambos, ou seja, os “meus”, os “seus”e os “nossos”, convivendo cordialmente; e as mães e pais de todos se conversam para saber a melhor solução para a melhor educação de toda a prole – sem posses ou ciúmes, mas com amor e o desejo que tudo dê certo.

A família pode ter só papais, ou só mamães, e estes tem o comprometimento do bem estar de todos acima de qualquer diferença de gênero e/ou opção sexual. Conheço diversas famílias com este desenho, e nelas há muito amor de todos e por todos, considerando as diferenças com o carinho que só uma família estruturada pode dar.

A família é também de só papai, ou de só mamãe, que não foi exatamente a pessoa que gerou os filhos no mundo, mas que se comprometeu a fazer o melhor, com amor e vontade de progresso e sucesso. Uma versão revisitada daquele que, só, educou e fez uma família a partir de um único, gerando felicidade para todos.

Eu me sinto privilegiada por viver num mundo onde há tantas formas inteligentes e amorosas de família, e sei que por conta disso posso ter a minha – sem ter de me restringir aos dogmas e padrões, e ao mesmo tempo com espaço de sobra para alegria, amor e respeito – e posso afirmar que com uma família estruturada, tenha quem a tiver, fica muito mais fácil ser feliz.

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