O Céu É O Limite

O nome deste artigo surgiu quando eu lembrava do famoso e extinto programa que foi sucesso nos anos 60. Apresentado pelo grande J. Silvestre, premiava os candidatos pelo grau de conhecimento que tinham de um assunto. Era uma febre nacional.

Naquela época, para muitas pessoas, participar de um programa que, no futuro, passou a se chamar game show, era coisa para poucos, muito poucos. Poucos privilegiados. E as pessoas, os telespectadores, torciam pelos candidatos com o mesmo afã que teriam para um time de futebol.

Hoje, este tipo de show caiu em desuso. Mas o curioso é que os espectadores agora passam a participantes, não tanto por escolha, mas por necessidade. Vejo no dia-a-dia muita gente que tem se arriscado a ganhar nos jogos corporativos, nas disputas de emprego, nos projetos profissionais, e com tamanha gana que desafiam os “apresentadores” – o mercado.

Tanto quanto no show de outrora, que não havia prejuízo, já que para participar não era necessário pagar uma taxa – ou melhor, investir – hoje temos muitos jogos para disputar que também não implicam em apostas. Implicam em coragem.

Vejo que há ainda muita gente com medo de começar esta disputa pelo sucesso, medos que muitas vezes bloqueiam não somente a participação profissional, como em outras áreas da vida. Lembro que, quando de shows semelhantes na televisão, ainda nos anos 70, eu perguntava aos meus pais por que eles não se inscreviam, já que dinheiro era algo sempre lembrado pela escassez. Vinha a justificativa: “ah, não, é muito difícil, e deve existir muita carta marcada (o famoso Q.I.!)... Hoje sei que esta frase escondia muita insegurança e medo de ser ridículo.

Agora, início do século 21, vejo em pessoas bastante jovens um temor do ridículo, insegurança, que se misturam a um ingrediente pernicioso: o conformismo. Apoiados nesta tríplice fórmula, ficam aguardando a oportunidade chegar, o convite surgir, a chance aparecer. Tal como quando enviamos uma carta a um concurso de rótulos de embalagem de uma marca famosa, e ficamos esperando a casa própria aparecer. Ou melhor, com mais chances, pois pelo menos a carta com os rótulos foi postada!

Não sou entusiasta das loterias, sorteios, concursos culturais ou de qualquer espécie, incluindo participação em shows da vida real que expõem a alma. Mas devo admitir que são atitudes corajosas que nos ensinam, no mundo corporativo, a buscar oportunidades, “cavar” chances, mostrar nosso potencial. Lógico que empregando ações planejadas – tal como faziam os participantes do programa antigo, que estudavam exaustivamente a vida de uma celebridade, uma ciência, um fato importante, preparando-se para o escrutínio do apresentador. Essa dedicação dos antigos “astros” do programa é atemporal e serve muito bem como um benchmarking (referência) do nosso empenho profissional.

Desta forma, o título do programa pode ser cristalizado e concretizado na sua vida; afinal, com a coragem e dedicação, aliados a uma disciplina e projeto de vida, ninguém poderá limitar até onde o sucesso alcançará nas nossas vidas.

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