Cobrar com classe, é possível?


Muita gente carrega nas costas um fardo que, por vezes, até parece leve porque a pessoa se acostumou. Mas é bem pesado: o fardo de ter que, um dia, cobrar uma pessoa querida (ou nem tanto, em diversos casos) algo que ela está devendo. Sim, é cobrar; há quem diga que seja o oposto, o devedor carregando o fardo. Também há, mas noto que para muitas pessoas que tem dívidas (não falo somente das financeiras, mas de toda natureza) o sentimento que tem que irão quitar ou resolver ajuda a aliviar a carga.

Mas e como fica aquele que é o credor e se sente desconfortável na situação? Como fazer para cobrar sem se sentir mal ou piorar a relação existente?

Bem, a primeira coisa é lembrar que será necessário ter um bom controle emocional. Mesmo que tudo corra superbem, há o medo inconsciente de todos de sofrer rejeição ou algum tipo de agressividade. Noto que, na grande maioria dos casos só da pessoa tomar a iniciativa de cobrar demonstra que há o interesse em negociar – o que no fundo os devedores querem que aconteça. As empresas de telemarketing de cobrança tem avaliado que mais de 50% dos devedores espera que o credor cobre e assim possa acontecer uma negociação viável.

Daí que você, credor, deve dar o primeiro passo. Procure o devedor e converse da forma mais tranquila possível, sem entrar no mérito do passado – o motivo da não quitação do débito. Um exemplo simples é antológico: pedir de volta o livro que você emprestou. Não ajuda nada lembrar quanto tempo o livro está com a pessoa (afinal, você foi conivente e deixou o prazo de entrega por conta dela, certo?) e quais motivos levaram a situação ao ponto que chegou. Simplesmente peça o livro de volta, e combine com a pessoa quando ela poderá devolver, a forma, o local. Acertado o detalhe da entrega, mude o assunto, comente sobre a vida, faça comentários alegres que desviem o assunto porque ele foi encerrado (mesmo que pareça que o devedor venha a esquecer, agora você terá um novo argumento para cobrar: o que foi estipulado). Lembre-se então que você vai finalizar isso cobrando a devolução e ponto.

E se nós formos cobrados, como fazer? Primeira coisa é deixar de se sentir vítima ou inferior ao seu credor. Fato: ele está certo em cobrar, seja porque é dinheiro em jogo ou alguma coisa de valor – o livro acima por exemplo – e que a ele pertence. Procure facilitar a situação já propondo
uma negociação. Vamos imaginar que o livro do exemplo acima realmente esteja com você e que você o tenha perdido. Diga que irá repor o livro dentro de um prazo razoável e comece imediatamente a localizar a obra, via internet ou qualquer outra forma capaz de reaver o livro. Não invente dizendo que está com terceiros, ou crie desculpas – você não tem razão, por isso está sendo cobrado. Também não caia na tentação de começar um jogo de “quem deve mais”, lembrando do passado do amigo ou situações semelhantes. Afinal, você quer sair desta situação melhor do que entrou, portanto deixe sentimentalismos de lado.

Acertada a negociação que irá finalizar a dívida, lembre do seguinte: se for emprestar, pense muito bem antes de fazer isso pois uma coisa que é sua responsabilidade é cobrar. Se for pedir emprestado, seja justo com quem te fez o favor, seja pessoa amiga ou banco, e pague em dia – se possível, antecipe a devolução. Não leve as questões de cobrança para o lado pessoal, seja qualquer o lado onde você está. Finalizando, procure terminar com as pendências para aliviar o stress do cotidiano.

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