A matéria nesta dimensão

Existe um conceito equivocado que nos é impingido de forma bem subliminar ao longo do nosso desenvolvimento: a idéia que a plenitude implica em despojamento dos valores materiais – que são tidos como supérfluos e pecaminosos – e o contentamento vindo da vida espiritual, ou emotiva, ou qualquer coisa que seja remetente a uma beatitude.

Ok. Se isso é verdadeiro, qualquer inovação tecnológica ou que vise diretamente ao belo, à qualidade de vida ou temas ditos “mundanos” deveria ser posta de lado, descartada, em favor de devaneios de glória e felicidade num plano diferente deste onde vivemos. Faz sentido?

Não. Se a vida é esta que temos, dentro da dimensão terrestre (por mais que falem, somos animais terrestres, em essência), dela temos de ter proveito, desfrutar das coisas boas que ela nos oferece. A matéria ou todos os conceitos ditos “materiais” tem imenso valor para nosso cotidiano, e em muitos casos é a partir dela que alcançamos valores mais sutis, sublimes, capazes de preencher com mais plenitude nossa alma e anseios.

A melhor equação para a vida consiste em equilibrar os pesos do que é material e virtual, do que é concreto e do que ainda está por vir, do que é emocional e racional. Em equilíbrio estaremos muito mais perto do que a vida tem a nos oferecer que é ser felizes cotidianamente, não somente em momentos, mas como uma criança que aproveita o que a vida tem de melhor todos os dias, fazendo desta escalada um grande jogo com desafios, conquistas e glórias.

Nada mais divino.

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