Uma passagem, mais uma passagem

E todo ano temos uma nova passagem, que é a Páscoa, originalmente uma passagem. A origem da palavra vem do nome em hebraico da festa judaica com a qual a Páscoa conhecida dos coelhinhos está intimamente ligada, não só por ser “passagem”, comum às celebrações pagãs – pois era passagem do inverno para a primavera. Era também a passagem da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida, na tradição judaica, e ainda pela posição da Páscoa no calendário, segundo algumas teorias e cálculos que podem explicar algumas coincidências.

Diz-se que a última ceia partilhada por Jesus e pelos discípulos fora um Seder do Pesach, a refeição ritual que acompanha a festividade judaica, conforme lido nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Já o Evangelho de João apresenta outra cronologia, situando a morte de Cristo quando da hecatombe dos cordeiros do Pesach, portanto a dita Última Ceia teria acontecido pouco antes deste evento. Foi o que li.

No entanto, o que se vê hoje é o advento que, mesmo com enfoque altamente comercial, tem uma característica interessante: renovar e passar por meio do presentear. Seja por ovos trufados, mesclados e achocolatados; ou por abraços e votos de alegria renovada. É hora de passagem, passar para algo mais, esperançoso e radioso.

Este ano, por uma das felizes coincidências da vida, está no período de passagem do verão para o outono no hemisfério Sul. Para muitos, momento excelente pra viajar e pegar aquela praia. Para outros, momento de início, toda energia à frente. E em todos os casos, momento marcante, lembrado e celebrado.

E a cada passagem ficamos mais fortes, por termos passado mais experiências. Por termos passado mais sonhos para o mundo real – veja quanta coisa você quis e aconteceu, mesmo sem ter se dado conta! – e por estarmos preparados para a passagem da vida em sua plenitude, com toda a sua esperança nova, otimista, cheia das vontades que só dependem de nós para acontecerem. Pois todo o resto temos, não é?

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