Quem é a sua cidade para você?

Vendo o blog do Richard Branson deparei com uma ideia disruptora muito pertinente: a cidade como muito mais que prédios e ambiência, mas um indivíduo com sentimentos e consciência operando sobre todos. Já pensei nisso antes quando simulei todo o entorno em energia - lembrando que não existe vazio no nosso entorno, tudo é preenchido constantemente por átomos e estruturas celulares - e daí que influenciamos e somos influenciados pelo que nos cerca. No entanto, enxergar a cidade como um ser senciente, como pretende o texto (vou colocar o link no fim do post), acendeu luzes.

A cidade que  hoje me refiro é São Paulo, a capital. Tida como a maior cidade da América Latina, e tida por mim como a melhor cidade para se viver. Sei que há muitos que discordam, e já pensei ter sido uma destas vozes discordantes mas não; percebi quando morei no interior o quanto a falta do ente São Paulo me fazia sentir. Não por acaso, sempre estava na cidade, na capital. Arranjava um motivo e pronto, 130km vencidos para sentir o pulsar da cidade.

Lógico que há cidades de tudo quanto é gosto, porque a própria cidade onde morei me conquistou. Era (e é) um ser diferente, com encantos e demandas específicas, privilégios e limites; não comparo cidades mas escolho São Paulo pelo coração, pelo sentimento. É onde a alma parece encontrar o repouso, a cama quentinha. A outra cidade onde morei era como uma amiga doce, por vezes ingênua e por vezes coquete. É uma cidade feminina, enquanto que São Paulo é masculina, como eu enxergo e sinto sua energia.

Pensar sobre a minha cidade como uma pessoa me faz ser responsável por ela de forma muito mais intensa do que antes deste raciocínio. Cuido da cidade desde sempre dentro de certos parâmetros mas, agora, ela se mostrou a mim como a minha parte, algo que tem um sentimento e unicidade que confesso, preciso respeitar mais. A mente inconsciente me leva rapidamente à questão das bicicletas, dos animais nas ruas, do transporte público de qualidade duvidosa; a mente consciente vê o brilho dos vidros temperados das fachadas seja dos espigões como dos sobrados de classe média. A minha essência procura entender o solo, o chão.

Com isso entendo que uma ideia disruptora consegue me trazer para algo antigo, que tanto li nos romances da escola - a identidade do ambiente. O moderno e novo de um site internacional que mistura tudo na vanguarda consegue instigar a minha percepção daquilo que é tão ao meu alcance, e que tanto sempre esteve comigo e eu não assim sentia. Uma volta às origens, já que romper tem significado, para mim e em muitas situações, resignificar passados - que nunca foram passados e são o presente, à nossa espera.

Fonte do texto (blog Virgin) - www.virgin.com/entrepreneur/my-vision-future-araceli-camargo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Afinal, é para dizer “saúde” depois do espirro ou não?

Acomodação ou Acomodamento?

Parábolas de gestão empresarial – autor desconhecido