EU QUERO, EU QUERO, EU QUERO AGORAAAA!

Ah, mas como limites fazem falta né!

OK, você já entendeu o riscado de lidar com dinheiro, fez a lição de casa direitinha: planilha de gastos, poupar uma parte mensalmente, usar mais a razão na hora de gastar... mas apareceram umas festas que você queria ir, ou eventos onde precisa levar presente - e sem mesquinharia, tem que ser PRESENTE BOM - e agora, já, nesta hora você não tem dinheiro. Ou até tem, mas se usar para esta finalidade inesperada vai fazer falta.

Você pode espernear, se jogar no chão e argumentar tanto fisicamente quanto da forma eufemística moderna: começar a bolar uma forma de fazer isso usando, por exemplo, um empréstimo. Pode ainda aproveitar aquela linha de crédito que está todos os meses aparecendo no seu extrato de conta corrente e você não usa (ainda bem). Pode também falar com amigos para que paguem para você agora e depois você reembolsa. Pode ainda entrar no cartão de crédito e furar todo o seu planejamento porque você não vai ficar fora desta festa sensacional né? 

Não, queridos. Não pode. E não esperneie, fica pior.

Antes de que vocês critiquem sobre a validade de pegar empréstimos, fica a dica: empréstimo vale para algo que possa colocar dinheiro ou qualidade no seu bolso. Vamos entender:

  • Você começa uma empresa sua, que seja para fazer bolos de pote. Precisa de um pouco de recursos para comprar os potes, os insumos, e daí conversa com amigos (ou no banco) para levantar este valor e usar para gerar dinheiro. É o ponto de partida de um trabalho. 
  • Você precisa de dinheiro para resolver uma situação de saúde inesperada, ou ainda para algo que vai te trazer um grande benefício, como a compra de um imóvel ou automóvel para gerar renda - diferente de pegar grana emprestada para comprar um carro só para desfilar aos fins de semana - ou para bancar o curso no exterior que vai alavancar sua carreira. São situações que o empréstimo vai te ajudar a ter qualidade de vida, vai te beneficiar de forma expressiva.

Concorda que são situações que exigem um pensamento racional, pois elas vão ser decisivas no seu momento de vida? É algo muito diferente de um empréstimo para comprar presente ou bancar uma festa que depois ficará só na memória, ou mesmo nem isso ficará. Há quem pense na festa como o ponto de virada da própria vida, esquecendo que quem faz o ponto somos nós mesmos dentro do que alcançamos e programamos.

Mas você quer ir na festa, quer comprar o tal presente. Então, deixe de fazer birra, bico e ficar lastimando o universo, o planeta Júpiter e as galáxias desconhecidas por enquanto (já que os investimentos da NASA tem sido reduzidos anualmente) e trate de botar um sorriso no rosto para se virar nos trinta. Vai fazer bolo de pote para vender (e venda), faça um extra, gere dinheiro e trabalhe para faturar mais. Só não inventa de pegar emprestado - porque na real vai ficar aquele gosto metálico amargo de culpa, de estar abaixo porque você não tem como bancar agora este luxo.

A tal festa, se você optar por não ir porque está sem dinheiro, ou o tal presente, se você optar por não comprar pela mesma razão, podem ser o mote para que você repense sua vida e suas escolhas. Nada te impede de fazer o que quiser, desde que com seus recursos. Evite se endividar por coisas que não serão investimentos futuros, nem garantia de melhoria contínua. Aproveite a não ida na festa para refletir e criar um plano de aumento de renda. Faça sua parte e tenha recurso. Daí, não faltarão festas para você locupletar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Afinal, é para dizer “saúde” depois do espirro ou não?

Acomodação ou Acomodamento?

Parábolas de gestão empresarial – autor desconhecido