Que acabe um mundo e comece um novo em 2012


Se a profecia maia está correta ou não, pouco importará. Passamos por tantas profecias ao longo dos séculos – disseram que o mundo acabaria quando do ano 1000, depois com o advento do século XX e mais recentemente com o ano 2000 – e percebemos o movimento da vida, este sim sem fim, incessante, renovando, atualizando velozmente, muito mais rápido do que qualquer novo sistema operacional.

E quanto mais rápido ele se dá mais vemos seus benefícios. Benefícios porque na vida só há espaço para eles. OK, há quem diga dos malefícios, mas considerar isso é como dizer que a responsabilidade sobre os assassinatos é das armas, das facadas é das facas e da alienação é a rede social. O mundo mostra, constantemente, que melhora a cada dia, por mais que a visão de curto prazo pareça dizer o contrário.

Este ano 2011 está excelente, como foram os anteriores e sempre inferior ao que virá. Nele vimos, como diz o outro, “de um tudo”. Vimos alegrias, conquistas, rebeldias, mortes, nascimentos, surpresas, encantamentos e desapontamentos. Vimos doenças, curas, medicamentos, terapias e armas modernas de destruição com menor custo. Sobretudo vimos a grandeza divina por trás de cada uma destas conquistas, e escolho uma delas como um avatar de novos tempos (ah, avatar não tanto o filme mas o termo sânscrito que evoca a encarnação divina, a manifestação suprema no cenário da tridimensionalidade): a rede social.

A rede social foi um elemento que fez toda a diferença em 2011, embora já existisse antes. Agora ganhou corpo e foi para todos os cantos, sem fazer distinção. Mostrou a indignação das pessoas, apresentou tragédias, maldades, abusos e também maravilhas a quem tinha como horizonte somente seus passos. Abriu o mundo, mesmo considerando que os cookies de rastreamento filtram muita coisa – mas nada que não possa ser resolvido ajustando as “propriedades do sistema”.

O grande ponto da rede social é o posicionamento. Ou seja, ali é possível exercer com plenitude a opinião e reduzir ao mínimo a postura de “quem cala, consente”. A informação ali está, você diz se “curtiu” ou não. É o espaço para falar, denunciar, trazer o errado à luz para assim estimular o certo, o bom, o que faz bem e reduz o mal contra o próximo. E de muitos “curtir”, e “compartilhar” a informação é disseminada, esclarecida e averiguada. Um processo que, há uma década, jamais se pensaria que um dia haveria, e ao alcance de quase todos.

Por meio da rede social brasileiros questionaram o governo, fizeram pressão para que ministros fossem “atualizados”, crimes fossem investigados, abusos pudessem ser divulgados para assim pela indignação trazerem uma reflexão sobre as leis, a ética e o bem estar. Lemos na rede social sobre o futebol, a economia da Europa, o grau baixo da Educação Brasileira pelo ranking das escolas e universidades, a população medida pelo censo de 2010 e muito mais. Destes eventos separo alguns para pensarmos sobre o novo mundo que 2012 nos reserva, já que o calendário maia afirma ser o ano da grande mudança.

. A rede social mostra mais o que acontece tanto de bom quanto de ruim – se não fosse a rede social, o youtube e outras ferramentas de difusão de informação ninguém saberia da morte de uma cachorrinha de forma cruel acontecida no interior de Goiás. O que é preciso fazer: mudança nas leis e pensamento da sociedade sobre os animais, fim do comércio desregulado de animais, fim dos abusos tanto a animais quanto a natureza. O caso ganhou repercussão e terá fim digno, mas é representativo de muitos outros que aconteceram e agora podem ser vistos, chorados e reclamados para uma mudança de atitude.

. A internet mostra dados que geram reflexão, mas insuficientes para atitudes (que dependem das pessoas e principalmente de cada indivíduo) – a Educação no Brasil tem números equivalentes a países extremamente subdesenvolvidos, não importa se na escola pública ou na particular (onde pagando qualquer um passa... afinal, quem é que paga a mensalidade mesmo?). Alunos de segunda série não sabem somar ou diminuir, e chegam ao fim do ensino fundamental com escrita rudimentar, vocabulário pobre e monoglotas, tanto no Sudeste quanto no Norte, falando de extremos. A rede social apontou os números, a internet em seus portais mostrou a pesquisa. É sabido que o patamar educacional se transforma em justiça social, portanto estamos esperando o quê para começar um novo mundo na Educação?

. A comunicação se tornou instantânea, mas as soluções permanecem lentas – o conceito de “não se envolver” começa a ruir na nova conformação mundial. Diferente de rebeldia sem causa, ou para defender a própria causa como um grupelho da USP quis fazer neste segundo semestre, a sensação de indignação social cobra agora atitudes, posicionamentos claros que deixam o “quem cala consente” cada vez mais criminoso. Abusos sexuais contra crianças e idosos ganharam espaço nos portais de notícias apontando o que ocorre na sociedade, o que é o primeiro passo para investigar, punir e adequar normas capazes de coibir estes fatos, resultando numa sociedade que, infelizmente, ainda aprende pelo medo e pela despesa. A segunda, pelo menos, tende a pesar no bolso, como pesou um bocado nos casos de acidentes de trânsito por irresponsabilidade – seja na velocidade, seja na bebedeira, seja na crueldade pura e simples.

Parece que nunca tivemos visto tanta coisa ruim no ano de 2011, mas na verdade temos um mérito das notícias virem como manchetes que nos incomodam e estimulam mudanças sociais. Acontecem para que possamos repensar atitudes e individualmente mudemos formas de agir e pensar. No mínimo, iremos dirigir com o compromisso de não falar no celular nem mandar mensagens de texto, comprovadamente responsáveis pela distração ao volante que causa dor e sofrimento. Ao menos isso.

Em 2012 temos um mundo novo, no qual falamos da nossa indignação e principalmente FAZEMOS A NOSSA PARTE. Fazemos algo pelo outro, por nós mesmos e pela vida. Exigimos penalidades duras contra abusos no volante e fazemos a nossa parte dirigindo com consciência, sem multas e abusos. Fazemos algo tomando posições políticas, não partidárias mas sociais, agindo de forma coerente com a vida, os animais e o planeta sujando menos, poluindo menos, gastando menos e poupando mais. Fazemos algo quando respeitamos o dom da vida impedindo a proliferação de animais pelo comércio desmedido que gera abandono nas ruas e controlando a natalidade dos nossos animais de forma consciente, incapaz de gerar sofrimento. Fazemos algo quando consumimos com consciência, planejamos nossas finanças constantemente para no futuro não nos tornarmos um fardo social.

Façamos de 2012 um novo tempo, sendo politicamente ativos agindo pela brandura e pela constância. Façamos uma nova existência pelo amor e não mais pela dor, valorizando a vida, colocando a matéria no lugar onde deve estar – é o nosso cenário e somente isso – lembrando que somos seres com a responsabilidade divina da felicidade, que depende de cada um.

Neste Natal faça de Jesus seu coach, espelhando-se em Seu exemplo.
Ele nunca foi omisso, era comprometido com resultados e não desistiu. Lembre-se disso.
Adeus mundo velho, feliz mundo novo em 2012!

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