A responsabilidade do livre arbítrio

AG00317_Dentre as principais perguntas do ser humano quanto a sua origem, considero que o pensamento sobre o livre arbítrio é um dos tópicos mais refletidos. Afinal, somos donos de nosso destino? Será que Deus determina tudo, portanto não preciso fazer nada? Se há livre arbítrio posso fazer o que quiser?

Sem querer trazer a verdade absoluta – até porque tenho dúvidas de sua existência – trago algumas possíveis respostas a este questionamento.

Outro dia ouvi de alguém muito bem informado e detentor de conhecimento da vida espiritual que o sistema Deus – homem funciona de modo semelhante aos pais em relação aos filhos. Os filhos tem o livre arbítrio de decidir o que querem fazer, e são observados de perto pelos pais, que de certa forma são o modelo de suas decisões. Ou seja, quando o filho deseja e decide estudar matemática, tem muito desta decisão a inspiração e orientação de seus pais. Eles, no entanto, irão providenciar condições para este estudo, sem contudo fazer provas e exercícios pelos filhos – a chamada mão de gato.

Os pais não fazem a lição pelos filhos porque sabem o quanto é importante para os filhos aprender o processo, na base do erro e acerto. Como iríamos aprender cálculo sem compreender a tabuada? Falo compreender porque decorar não é exatamente o foco do aprendizado - diz-se que quem decora logo esquece – mas sim estabelecer uma base para o conhecimento. Quando há conhecimento, o risco torna-se menor e mais controlado.

Se os pais percebem que o filho está com dificuldade no aprendizado, tomam decisões que possam ajudá-lo, sem interferir no processo pessoal do filho. Podem colocar aulas de reforço ou eles mesmos ensinarem até que o filho caminhe sozinho em seu desenvolvimento. Entretanto, se ele decidir parar o aprendizado, abandonar a escola ou ainda romper com a ordem estabelecida, os pais irão definitivamente interferir, o que nem sempre será uma correção suave.

Esta comparação me parece muito similar ao que temos enquanto filhos do nosso Pai. Ele nos observa, sem contudo interferir no caminho exceto quando algo vai muito errado; preserva nossa vontade desde que ela não desalinhe a rota de nossa felicidade. Por vezes nos faz aprender de forma desconfortável, mas após a experiência conseguimos observar o quanto aquele freio no nosso ímpeto foi importante na nossa trajetória.

Assim como nossos pais não nos renegam quando erramos, o mesmo se aplica ao Criador, que sempre nos enxerga como filhos. Mas tenho por certo que nenhum pai acha bacana quando o filho faz coisas que prejudicam a sociedade ou possam prejudicar a ele mesmo no futuro. Nesta hora a interferência é totalmente necessária.

De resto, os pais querem que os filhos sejam felizes. Creio que nosso Criador pensa da mesma maneira e nos deu um mundo de possibilidades, num cenário perfeito da natureza que acaba sendo degradada por nós na nossa inconsciência. Nossas escolhas, quando conscientes e claras, são a bússola da nossa caminhada e certamente são acompanhadas pelo carinho que somente os pais são capazes de devotar. O mesmo carinho penso que o Grande Criador tem para conosco, auxiliando no que precisamos – e que muitas vezes ignoramos – com o foco de uma existência mais feliz.

Por tudo isso, seja responsável pelo seu livre arbítrio para que suas escolhas façam a você e sua Família felizes.

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