Vamos cobrar?

Sabia que hoje, 30 de agosto, deveria ter sido o dia da inauguração de mais duas estações de metrô na cidade de São Paulo, no prolongamento da atual linha Lilás que somente integra com a rede de trens metropolitanos (CPTM)? Pois é, mas não aconteceu. De novo.
Eu pesquisei sobre este ramal do metrô e notei que a data original desta inauguração e início de operações era 2015. Estamos em 2017. Pequeno atraso... mas até poderíamos repensar e estimar que, em dois anos, a questão seria resolvida, só que não. Agora a promessa é ter as estações prontas ainda em 2017, portanto até 31 de dezembro temos novo prazo para esta operação que vai beneficiar tanta gente.
A minha questão aqui é simples: se fosse a mesma situação numa empresa, ou ainda na sua casa (como aquela reforma imaginada ou desejada), você ficaria tranquilamente aguardando mudanças de prazos e aumento no valor da obra - sim, porque no metrô o orçamento original deixou de ser realista não por conta de inflação mas por demora, atraso e perda de materiais - deixando a situação rolar soltinha? E se você fosse a parte responsável pela entrega da obra para uma empresa ou ainda até para o Estado, será que ficaria tudo assim, tranquilo?
Noto que somos, população, os financiadores desta obra de metrô, bancada com impostos. Portanto, somos os investidores e queremos resultados; no entanto, não nos são entregues.
Isso me lembra um conceito que defendo arduamente: entre ser chato e indiferente, seja chato. Pense comigo: numa seleção a um cargo, em dois candidatos, quem terá mais chances de ser chamado, o chato (aquele que você lembra porque ele sempre faz algo para marcar a opinião, e não passa despercebido), ou o indiferente - aquela pessoa que você não lembra bem o nome, ou mesmo o rosto? Seguramente não é o segundo candidato, mas o primeiro, o chato. Daí que digo: seja chato. Ser chato significa também cobrar que seja feito o correto, feito no prazo, dentro do custo estimado. 

Nossa cultura não gosta de desagradar... e é um tal de agir para não deixar a rejeição nos pegar. Assim, aprendemos que não devemos ser insistentes, mas sim agirmos de forma discreta, tão discreta que é como se não existíssimos. Nesta discrição quase a ponto de desaparecer, desaparecemos com o nosso poder de cobrar. "Afinal, cobrar por cobrar dá em nada", inconscientemente deixamos acontecer.
Hoje não podemos ser tão "agradáveis", rsrsrs... mas agirmos de forma assertiva. Sou contra lutas ou conflitos, mas totalmente a favor da cobrança daquilo que contribuimos diretamente para resultados. Em quem você votou? Cobre esta pessoa quanto ao assunto transporte, saúde, educação. Cobre seu prefeito, seu governador. Cobre seu senador, seu deputado, vereador. Cobre com firmeza e educação, sem ofender mas ciente que quer resultados, quer ver o que foi prometido se tornar real. Pode-se perfeitamente ser gentil e firme cobrando este resultado que não é só meu ou seu, mas é para todos.
Vamos cobrar. Vamos começar?

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