Para ser feliz é preciso ter fé
Ótimo. Em termos de viver bem alguns conceitos felizmente dão pouca margem a exceções e dúvidas. Um dos que venho pesquisando relaciona a fé a um perfil mais feliz, principalmente na maturidade, público que tenho usado para minha base de estudos – e ao qual pertenço, sem dúvidas (que bom!!!)
A fé, que não necessariamente está relacionada a termos de religião ou crença ortodoxa, traduz um direcionamento da pessoa para um objetivo. Ter fé na cura implica em estar comprometido com o processo de cura – simplesmente delegar para o universo curar não significa fé. Ter fé na conquista de um objetivo mobiliza a pessoa como um vetor direcionado numa trajetória. Lembro que o caminho da fé parte dos nossos sentimentos e tem combustível na consciência.
O combustível deste vetor denominado fé é a consciência, pois ela atua mediando as informações (ou ainda questões) qu vem do externo e afetam a trajetória. A consciência controla o desânimo quando, na primeira ou décima tentativa o objetivo ainda não se concretiza, ou ainda quando o teste do mundo vem nos questionar, na forma de comentários totalmente prescindíveis desanimadores de pessoas “que só querem ajudar” sem perceber que a melhor forma de auxiliar é com a vibração positiva para as nossas escolhas e nosso arbítrio.
No universo temos a dualidade. O vetor oposto à fé é o medo, que ganha força quando a fé desaparece de nosso interior. Fato é que o medo está longe de ser inimigo; é um alerta, que pode e precisa ser visto e analisado com sabedoria. Não é um paralisador, serve como baliza para compreender racionalmente o processo que estamos vivendo. Normalmente, não sobrevive a uma análise acurada do nosso principal oráculo: o coração.
Quando trazemos um questionamento para nosso coração temos sempre uma resposta. Se o coração demonstra apreensão, vacila, temos uma dúvida que não se alinha com nosso ser. Mas quando o coração, mesmo rodeado por lógicas ilusoriamente precisas, insiste em nos conduzir emocionalmente com fé para um determinado caminho, podemos dizer que o GPS dele está alinhado com algo maior, que só a fé monitora, como um satélite que traz a direção certa.
Tal qual um GPS, o coração alinhado e firme, repleto da fé na conquista – lembro que é uma conquista verdadeira, sagrada, e que nada tem a ver com delírios do ego – irá trazer os diversos caminhos para alcançar o objetivo. Por vezes entramos na rota mais longa, mas automaticamente o GPS recalcula e indica por onde podemos caminhar para chegar felizes ao nosso destino, recalculando quantas vezes isso for preciso.
Mas se o medo predominar, como resultado de uma desconfiança em si mesmo, na capacidade (que é a fé em si mesmo, fundamental), o GPS será afetado, o coração trará dúvidas... Sorte que a cada dia temos novas oportunidades de caminhar rumo ao que queremos e temos fé, assim podemos também atualizar o nosso software, o nosso sistema, começando pela jornada da fé.
Um bom jeitinho de encontrar a caminhada é voltar ao GPS que o coração tem, evocando o que faz você feliz. Lembrar-se das situações agradáveis, ao mesmo tempo em que acredita que a cada momento podemos fazer uma nova história, só dependerá da nossa iniciativa. Ficarmos parados esperando que outros nos digam o que fazer ou para onde ir é como delegar o controle do navio da vida para quem nem conhece o mecanismo do maravilhoso transatlântico que é a vida individual, colocar a bússola do lado de fora e rodar em círculos.
Tomar as rédeas, assumir o leme e liderar sua vida implica em escolher. Para escolher bem, é importante estar consciente e diferenciar felicidade de prazer, termos bastante diferentes. O que nos dá prazer dura pouco, o estado de felicidade é duradouro, tranquilo e traz a deliciosa sensação de equilíbrio. Escolher o que nos faz feliz pode significar certo trabalho, desacomodação e o risco, elementos que traduzem o termo sacrifício. A origem desta palavra vem de sacro, sagrado, e ofício, trabalho, dedicação e devotamento. É um trabalho sagrado, voltado para a nossa felicidade, e tem na fé seu maior aliado.
A fé está bem longe da posse, da ganância e do prazer. Ela caminha com a consciência, com a reflexão que é capaz de avaliar o que se pretende conquistar. Ela está presente com a emoção da felicidade, bem distante do sentimento de posse, de poder e arrogância. Tem humildade para perseverar, ser paciente e trabalhar com afinco.
Um bom exemplo veio há dois mil anos, na famosa frase de Jesus Cristo, “a fé remove montanhas”. Vejo constantemente isso ser comprovado. Sou bastante perguntada sobre como desenvolver a fé. Nada melhor do que um roteiro prático para chegar lá.
A primeira coisa a pensar é o que faz você duvidar, ou não ter fé. É um momento de autoconhecimento analisar o que tira a energia deste nosso vetor de fé. Seria um sentimento de não merecimento? Medo da opinião dos outros, de desagradar outras pessoas? Sentimento de inutilidade? Ao se fazer estas perguntas sinta seu coração, ele apontará elementos para sua análise racional.
A segunda coisa é uma análise de seu cotidiano. O que você tem feito para sua felicidade? Está se boicotando, agindo contra si mesmo inconscientemente? O que você poderia fazer – e pode começar – para alcançar a concretização de seus sonhos, de sua felicidade? Imagine detalhadamente o momento, a cena desta felicidade, com toda a emoção de seu coração. Acredite nela, pois se for autêntica, irá vibrar fortemente no seu interior.
A terceira é ter consciência que a fé parte do indivíduo e não pode ser imposta ou introjetada por outras pessoas para sua vida; é algo único, digno de respeito de si mesmo e com reverência. Por vezes, a única coisa que uma pessoa tem para viver é a fé, portanto não pode nem deve ser criticada ou condenada. Lembre-se disso e analise sua vida para que o sacro ofício torne-se uma caminhada com a bússola que a fé representa para sua felicidade.
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