Recentes medalhas

Entre sexta e sábado o Brasil conquistou duas medalhas de ouro olímpicas. Corrigindo: duas medalhas foram conquistadas por atletas representando o Brasil nos jogos olímpicos. De fato, quem ganhou o prêmio foram as atletas – a Maurren Maggi no salto e a seleção feminina de vôlei – e não o país. Até porque sabemos que muito pouco o país enquanto governo faz pelo esporte enquanto investimento expressivo.

O interessante foram ambas histórias. Maurren Maggi foi suspensa por suspeita e confirmação de doping por conta de um medicamento que ingeria; a seleção de vôlei feminina não havia ganho jamais, e a idéia de medalha passava distante. O detalhe é que o técnico delas já havia ouvido muitas e boas (contrário da expressão “poucas e boas”, ok?) referindo-se à qualidade discutível de seu trabalho. Ou seja, ambos premiados estavam desacreditados.

Nada como um dia após o outro...

Gosto de ambas histórias porque mostram perseverança, gente que não se abate fácil, embora sofra, e muito. Pensa que Maurren ficou afastada do esporte, ouviu críticas, bobagens e outras coisas; que o técnico de vôlei foi desacreditado em comparação ao técnico do masculino. Houve mais queixa do que incentivo, nos dois casos.

A vida mostra que é preciso ter ouvidos seletivos. Esta semana ministrei treinamento para o Poupatempo, e percebi como ouvidos seletivos são fundamentais para que as pessoas que atendem o público possam viver de forma sadia. As pessoas misturam quem os atende com a empresa, e quando criticam a empresa acabam por criticar o atendente, o que gera estresse e desgaste.

Tanto para quem atende no Poupatempo quanto para nossos atletas o que não falta é crítica; os elogios são raros... estendo isso a todos que atendem pessoas, em hospitais, serviços públicos, creches... Professores, vendedores, tantas profissões que requerem lidar com gente, e por vezes gente que acaba por desrespeitar a gente.

Tanto a seleção feminina de vôlei quanto Maurren ouviram impropérios desrespeitosos ao longo de anos; os profissionais que lidam com gente, e saliento o pessoal do Poupatempo, ainda mais. Ouvem elogios, também; mas em quantidade bastante menor do que poderia se esperar.

E por que elogios são raros?

Percebeu que as pessoas mais notam as características negativas do que positivas? Isso é resultante de séculos, como medida de sobrevivência. Mas o homem moderno, contemporâneo, já sabe do valor do elogio como forma de melhoria de toda uma sociedade – seja no esporte, nos serviços essenciais, na saúde, no que for.

E para todos estes, que diariamente fazem seus ouvidos serem seletivos e inteligentes, elogio e dedico este texto, que não é uma medalha de ouro olímpica; e para as esportistas olímpicas do vôlei e Maurren, faço dele um elogio à persistência e garra que trouxeram o merecido reconhecimento, a glória – esta que fica para sempre. Parabéns por tudo o que fazem, por sua perseverança e garra, que motivam a mim e a todos que os rodeiam, e muito obrigada.

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