Longevos

Ontem apresentei uma palestra sobre Estratégias de Comunicação com foco para empreendedores. Eu esperava encontrar pessoas que estavam iniciando ou já comandando seus empreendimentos; encontrei pessoas interessantíssimas, ricas em idéias e que estavam estudando as áreas de negócio, oportunidades, criando seus planos de negócios (os famosos business plans). E em sua maioria, idosos.
Espertos, saudáveis e cheios de energia, os participantes tinham aquele brilho no olhar que vemos em jovens quando pensam em seus sonhos. Mas o brilho do olhar desta platéia tinha uma perenidade, um grau de intensidade marcada pelo fato de terem pensado muito até chegar a aquele ponto: montar seu negócio depois de anos de trabalho em outras áreas. Alguns em áreas afins, outros totalmente inversos, como uma senhora que por anos foi da área fabril, aposentou-se, iniciou o curso de Psicologia, graduou-se, estagiou, e começa a montar sua clínica. Da aposentadoria ao momento presente, contam-se sete anos. Recomeçou, com toda a energia.
Hoje temos uma geração idosa despontando, linda, linda. São longevos, pessoas com tudo para viver mais que seus antepassados, com qualidade, independência e total satisfação. Diferem do que víamos há décadas atrás como velhos porque fogem aos desenhos clássicos atribuídos a eles. Um membro da platéia foi enfático: criou uma pequena empresa de embalagens para presentes e não empregou familiares "para evitar dores de cabeça", e orgulha-se de poder desfrutar da vida com várias atividades, entre elas velejar com os netos, de igual para igual. É outra postura.
Na academia de ginástica vejo muitos colegas que poderiam ser meus pais, disciplinados em suas rotinas de treinos, cada dia alongando os músculos um pouco mais, e muitos deles - confesso - bem mais fortes e condicionados do que eu. Eles não sabem que são meu benchmarking...
Pois idosos eles são, mas muito diversos do que os idosos da minha infância e adolescência eram. E estes idosos, longevos, ainda tem um ponto a destacar - a vantagem competitiva: são muito menos estressados e ansiosos do que o resto da população produtiva. No final da palestra ouvi de um participante e quero repassar: "o importante é fazer as açòes de forma pensada, mas sem se deter no medo, e se tiver o medo, fazer como o tempero: antes de continuar, experimentar só um pouco para ver se está com o gosto certo, pois ainda dá tempo de corrigir. Corrigiu, é só continuar e executar, com fé e sem olhar para trás". É a coragem dos longevos, que empreendem novas vidas e posturas neste novo século.

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