Perdas e ganhos
Já imaginou se o mundo fosse constituído de situações onde nunca haveria perdas? Nunca, de espécie alguma.
Fiz este exercício. O que me veio foi:
. Um mundo onde o ontem permanece como uma fotografia constante, como que a estivéssemos carregando para todo lugar; conforme a idade, teríamos diversas, infinitas fotografias, sempre nas nossas costas;
. Um mundo no qual nunca faríamos a digestão, porque tudo o que ingeríssemos permaneceria em nós, portanto seríamos bolas de comida retida, sem eliminação de espécie alguma;
. Um mundo no qual jamais sairíamos do jardim de infância, pois que não podemos perder a querida professora;
. Um mundo no qual o primeiro namorado seria o homem da vida para sempre, sem reencarnações ou reencadernações, ou seja, sem a mínima chance de escolha;
. Um mundo sem desafios, previsível, como um jogo de cartas no qual sempre haverá empate, pois que o oponente jamais poderá perder. Todos os jogos, de qualquer espécie, acabariam empatados.
Isso é só o começo.
Noto com preocupação o medo das pessoas quanto a perder, deixar ir. Lembrei da infância, quando pensava ansiosamente como seria a vida adulta – e portanto, não me senti mal em deixar a infância ir embora – e hoje penso em como o futuro trará coisas maravilhosas. E para que isso aconteça, preciso criar espaço para estas maravilhas existirem, portanto algo será deixado pelo caminho, eliminado, descartado (o curioso é que estas palavras parecem carregadas quando ditas desta forma..).
O que nos impede de deixar ir é o apego. O que seria da natureza se houvesse apego? Jamais uma vaca deixaria o filhote andar sozinho; as plantas não se deixariam cortar e tornarem-se nosso alimento. A chuva não aconteceria, pois que as nuvens se recusariam a tornarem-se água. Mas nós, humanos, somos apegados, e muito.
O caminho mais curto, pela filosofia védica, para a iluminação é o cultivo ao desapego. Deixar ir, quando necessário para transcender. Vencer a instabilidade natural não a combatendo, mas aprendendo com sua dinâmica de mudança constante. Mudar para melhor, o que implica em deixar o que não funciona mais. Ir além e correr o risco maravilhoso de ser bem mais feliz do que um dia se imaginou ser...
Fiz este exercício. O que me veio foi:
. Um mundo onde o ontem permanece como uma fotografia constante, como que a estivéssemos carregando para todo lugar; conforme a idade, teríamos diversas, infinitas fotografias, sempre nas nossas costas;
. Um mundo no qual nunca faríamos a digestão, porque tudo o que ingeríssemos permaneceria em nós, portanto seríamos bolas de comida retida, sem eliminação de espécie alguma;
. Um mundo no qual jamais sairíamos do jardim de infância, pois que não podemos perder a querida professora;
. Um mundo no qual o primeiro namorado seria o homem da vida para sempre, sem reencarnações ou reencadernações, ou seja, sem a mínima chance de escolha;
. Um mundo sem desafios, previsível, como um jogo de cartas no qual sempre haverá empate, pois que o oponente jamais poderá perder. Todos os jogos, de qualquer espécie, acabariam empatados.
Isso é só o começo.
Noto com preocupação o medo das pessoas quanto a perder, deixar ir. Lembrei da infância, quando pensava ansiosamente como seria a vida adulta – e portanto, não me senti mal em deixar a infância ir embora – e hoje penso em como o futuro trará coisas maravilhosas. E para que isso aconteça, preciso criar espaço para estas maravilhas existirem, portanto algo será deixado pelo caminho, eliminado, descartado (o curioso é que estas palavras parecem carregadas quando ditas desta forma..).
O que nos impede de deixar ir é o apego. O que seria da natureza se houvesse apego? Jamais uma vaca deixaria o filhote andar sozinho; as plantas não se deixariam cortar e tornarem-se nosso alimento. A chuva não aconteceria, pois que as nuvens se recusariam a tornarem-se água. Mas nós, humanos, somos apegados, e muito.
O caminho mais curto, pela filosofia védica, para a iluminação é o cultivo ao desapego. Deixar ir, quando necessário para transcender. Vencer a instabilidade natural não a combatendo, mas aprendendo com sua dinâmica de mudança constante. Mudar para melhor, o que implica em deixar o que não funciona mais. Ir além e correr o risco maravilhoso de ser bem mais feliz do que um dia se imaginou ser...
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