Quaresma de que?


Terminamos o período de Carnaval e concluímos no dia de Cinzas, que é atribuído ao fogo final, o que sobrou de todo um processo. E depois dele vem a quaresma, período de quarenta dias entre o Carnaval e a Páscoa. Curioso que este evento vem se perpetuando mesmo com toda a modernidade tecnológica. É tradição, e uma das que ainda é lembrada e aguardada.

A origem vem do período pós batismo de Jesus, que se atribui ele ter ido ao deserto e sofrido testes em forma de tentações diversas. Fato é que muitos textos sobre este período mais confundem do que elucidam, mas o curioso é que a analogia deste tempo foi vista como um “momento de repensar”, de analisar o que é bom e o que é ruim, na figura alegórica do Bem e do Mal, da Tentação.

No mundo contemporâneo e corporativo, vemos as oscilações como algo normal. Hoje temos uma lucratividade maior, amanhã talvez mude, hoje chove mas ontem foi um dia de muito sol. Até aí é sabido que tudo tem uma dinâmica; entretanto faz diferença manter-se inteiro mesmo com todas as mudanças ao redor.

Não é porque faz frio que o dia é horrível e portanto seu humor se transforma em algo insuportável. Assim como só o sol não consegue tirar os pensamentos persecutórios de algumas pessoas e as transforma em ansiedades incontroláveis. O ensinamento do repensar entra aí, nesta hora de compreender que, mesmo com o mundo desabando – ou você desabando – é preciso manter o equilíbrio, manter o interno ajustado conforme o que é a sua vontade.

O repensar vem como uma forma clara de analisar o que tem sido feito das reações e posturas diante dos desafios do dia a dia. Será que precisamos sempre revidar qualquer coisa que venha contra nós? Ou somos maiores que o externo e portanto podemos viver muito bem com o balanço preciso e valoroso que existe em nós interiormente?

Em um ano, quarenta dias podem fazer grandes diferenças para nossos processos de melhoria contínua. Vale a pena usar este tempinho para pensar antes de agir e planejar os próximos passos no equilíbrio do supremo saber, que é o seu interior, a sua vontade e sua essência. Pense nisso.

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