Saudade é algo curioso, pois que comparo a um doce delicioso que deixa na boca um final por vezes ácido, amargo e até picante. Não é ruim, pode-se dizer que se assemelha aos adoçantes artificiais, pois só um pouquinho adoça o líquido ou o sólido, mas a seguir vem o sabor residual que lembra bem: “adoçante não é açúcar, meu bem”. Açúcar bem dosado é doce, enfeita e enaltece o sabor das coisas. E saudade não é açúcar, definitivamente. E mel, seria uma saudade sem side effects? Mel é todo próprio, e o Amor é também todo próprio, tão gostoso que se basta e prescinde de alimentos e bebidas para se misturar. Mel adoça sem saturar; amor de fato alegra sem cansar. Não é possessivo, deixa-se ser pleno, seja um, dois ou milhões. É só ele, infinito e incansável, pois não há quem se canse de amar, de tão bom que é. Mel não cansa. Nem amarra a garganta. Ninguém chora com doces, já reparou? Pelo contrário, os doces sabores fazem o oposto: sorrisos brotam fácil, fácil; risadas, contentamento, o ar ma...