Desintoxicação necessária, ou esquadrão de si mesmo
Como mudança é palavra de ordem – neste universo tudo muda o
tempo todo, nada é estático, graças a Deus, que também muda a nós – de tempo em
tempo vale fazer a renovação do que se é, se tem e se escolheu, acumulou,
armazenou. É um pouco como aqueles programas de Extreme Makeover, Renove seu
Estilo, Renove, Elimine, que são divertidos porque vemos os outros rebolando
para mudar, deixar de lado o que não serve mais – e em muitos casos nunca
serviu, foi ilusão – e que nos faz rir porque é com o outro, não conosco.
Vale também fazer a “limpa” sem audiência, sendo tudo ao
mesmo tempo agora: somos o personagem principal, somos a plateia e vamos nos
divertir renovando, tirando o que não serve mais, eliminando a ilusão que é
conveniente, pois que fomos eu ou você que a pusemos no nosso guarda roupa de vida.
Muitas vezes nos surpreendemos neste programa porque em um episódio eliminamos
algo com sofrimento; em outro, parecia que seria difícil, mas se prova simples
e fácil. Em outro episódio nos emocionamos quando encontramos, escondido no
fundo do guarda da roupa da vida aquela peça indispensável, que sempre este ali
esperando o momento de nos fazer felizes – e achávamos que nunca iríamos
encontrar.
Talentos ocultos são estas peças mágicas que ficam
escondidas. Talentos que ocultamos porque nos é conveniente, pois que os outros
preferem que sejamos deste jeito que tem sido estático e dado certo. Este
talento oculto, tal qual um paletó maravilhoso que ficou esquecido no cabide do
mundo está pronto para ser usado, admirado, transformado em ferramenta de alegria,
satisfação e prosperidade. Não que ele seja mágico, nós é que somos, e com ele –
o talento – mostramos isso primeiramente a nós, e depois ao mundo.
A acomodação de estar “tudo em ordem”, “time que está
ganhando não se mexe” faz com que os guarda roupas da vida fiquem atulhados de
peças. Usamos somente as mesmas, como um uniforme moldado por conveniência,
praticidade e outros atributos da zona de conforto. Ideias novas que trazem
outro visual são como indumentária que está ao dispor, que nossa essência quer
vestir, desfilar alegre pela vida mas que fica protegida, encalacrada pelo
receio da crítica – que nem sempre é clara como a crítica de moda, direta e
explícita. Temos medo de assumir nosso charme e classe na passarela da vida,
deixando nosso talento dormir escondido atrás de tantos cabides do mundo, sendo
o mais resistente o cabide do EGO.
Fortunas são ocultas porque no guarda roupa escuro do medo
não passa luz. Não passa energia nem vontade. Quando as portas se abrem e a luz
penetra, há incômodo. A luz devassa, tira o bolor e ao vir à luz aquela peça
tão bela, tão importante para sua vida o turbilhão de emoções que levanta é
como o público que fica em pé vendo você na passarela passar, altivo, feliz. No
entanto, o mais relevante não é o público, é você mesmo trazendo sua beleza,
porte e indumentária mais verdadeiras, como pede a sua essência.
Desintoxique tudo, do guarda roupa do mundo, do guarda roupa
físico, do guarda roupa interno que você carrega e mostre sua elegância para
quem realmente importa: você, sempre.
Comentários