Fica quieta, menina!
Por incrível que pareça, durante a minha infância, ouvi MUITO POUCO esta frase. O que mais escutei foi justamente o oposto, e não por uma posição ultramoderna da minha família, dos meus pais e professores. Nada disso. Por ter nascido prematura, tive os primeiros anos de vida bem tumultuados. Ia em médico direto, quase toda semana, e quase sempre era um martírio. Sem falar nas sessões semanais de inalação, que credito a elas a minha paciência e tolerância imensas com situações porque quem já passou por inalação sentada numa cadeira por quase vinte minutos entende bem o que eu passei. Daí que sempre tinha alguém que perguntava: “você está bem?” “fala alguma coisa, tá sentindo dor?”. Em algumas situações era muita dor, e detalhe que com dor você fala pouco, não tem muita força para falar, para se movimentar e se queixar. Fechando os olhos e ficando quietinho, bem quietinho, parece que a dor diminui. Depois entendi que fechar olhos e não dormir, ficar em silêncio e controlar o...