Dizendo não sei
Outro dia encontrei uma pessoa que gosta muito de me encher de perguntas – e pouco fala de si mesma, sabe aquele tipinho? – e logo na primeira delas eu me permiti responder simplesmente "não sei". O "não sei" veio com a tranqüilidade de quem não sabia mesmo, nem lembrava; eu poderia até me torturar procurando a resposta em frações de segundo, mas não era hora ou local para isso. Posso até dizer que nem era pessoa para tanto trabalho, já que em muitas vezes ela só pergunta para especular, alimentar-se da informação do outro. E a frase veio sonora, clara, calma, com a sabedoria de quem não sabe e reconhece isso. Passados alguns dias voltei a usar o "não sei". Detalhe que no passado de anos eu não me permitiria dizer calmamente isso, já que tornou-se default saber tudo sempre; afinal, é mundo competitivo e ninguém quer ficar sem resposta. Entretanto, querer saber tudo pode revelar a fragilidade de quem não quer aprender com o outro e assim refestela-se no mu...