Inteligência e Beleza
Podia ser “inteligência é beleza” também. Há quem diga que neste mundo de photoshop e produção só inexiste beleza por pobreza...
Fato é que hoje não faltam recursos moderníssimos que asseguram beleza, imediata ou a curto e médio prazos. Longo prazo é mais fácil de conseguir, pois implica na construção gradual, mas quem tem paciência? É como fazer ginástica todo dia – os resultados aparecem, sem dúvida, para quem tem perseverança e constância; porém milagre rapidinho é possível via procedimentos modernos, alguns preciosos, outros questionáveis. Mas que fica bonita, fica.
O belo por muito tempo foi tachado de ignóbil, irrelevante e desnecessário. Bobagem maior não há; o ser humano precisa de beleza porque nasce em meio a ela. É só olhar pela janela e contemplar o mundo, que por mais poluído que esteja, tem simetria e estilo, tem o belo oculto e por vezes visível. E se o belo está conosco desde o início, nada mais natural querer tê-lo por perto com freqüência.
E o belo nem sempre é consenso; a não simetria tem algo de beleza, assim como a falta de sincronia, notáveis pelos olhos que conseguem perceber, ver além. Há inteligência, elaboração na beleza, mesmo sendo ela inquestionável ou ávida por um olhar mais detido, crítico. O diferente é belo, basta reparar.
Reparar implica em mudar o foco, ajustar as lentes para ver diferente, ver o incomum que foge aos parâmetros culturais, sociais, antropológicos e históricos. Precisa ser inteligente para ver além e contemplar este novo belo.
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